Resumo

Este estudo epidemiológico transversal buscou descrever a prevalência a baixos níveis de atividades físicas e à exposição a comportamentos sedentários e os fatores associados, em estudantes do ensino médio da rede pública do estado de Pernambuco. A amostra compreendeu 4210 adolescente de 14 a 19 anos. Para a coleta dos dados, um questionário (Global School-based Student Health Survey) previamente validado, foi utilizado em forma de entrevista coletiva. Foi investigada a prática de atividades físicas nos últimos 7 dias e em uma semana típica. Para determinação do nível de atividade física, as questões foram somadas e divididas por dois, obtendo-se um escore. Aqueles que tiveram um escore menor que 5 foram classificados como insuficientemente ativos. Foram classificados expostos a comportamentos sedentários aqueles que referiram assistir TV por 3 horas ou mais. Na análise dos dados, recorreu-se a procedimentos descritivos, teste de Qui-quadrado, Qui-quadrado para tendência e regressão logística, considerando-se um nível de significância de 5%. Entre os adolescentes do ensino médio do estado de Pernambuco, 70,1% foram classificados insuficientemente ativos. A proporção de moças expostas a níveis insuficientes de atividade física foi significativamente maior (76,2%) quando comparada à proporção de rapazes (60,6%). Quando avaliado o meio de deslocamento para a escola, cerca de 70% relataram ir e voltar a pé ou de bicicleta pelo menos uma vez por semana. Observou-se, também, que a maioria dos estudantes, cerca de 60%, relataram realizar alguma atividade física no tempo livre. 64,9% relataram não participar das aulas de educação física na escola. Em relação à exposição a comportamentos sedentários, 40,9% dos adolescentes relataram assistir três horas ou mais de televisão em dias de semana, e 49,9% em dias de final de semana. Após ajustamento para os fatores de confusão em potencial, foi observado que as moças (1,99; 1,70-2,32) e os adolescentes que relataram não trabalhar (1,25 1;1,58) apresentam uma maior chance de serem insuficientemente ativo em comparação aos rapazes e aqueles que relataram trabalhar. Enquanto que aqueles que relataram uma maior escolaridade materna (0,80; 0,67-0,95) e os residentes da zona urbana (0,75; 0,61-0,91) apresentam uma menor chance de serem classificados como insuficientemente ativo. Os resultados deste estudo permitirão o planejamento e a avaliação de intervenções mais eficientes. Além disso, será possível monitorar a prevalência de exposição à falta de atividades físicas subsidiando a formulação de políticas de atenção à saúde na adolescência. 

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