Resumo

A infância é um período crucial para o desenvolvimento psicomotor, pois é nessa fase que o ser humano começa a adquirir conhecimentos sobre si mesmo e o mundo ao seu redor. Lima e Mota (2017, p. 267) destacam que, durante a infância, a criança vai descobrindo e construindo seus saberes por meio das interações com o ambiente e os recursos disponíveis. Esse processo é fundamental para o desenvolvimento de habilidades que integram aspectos cognitivos, motores e sociais, contribuindo para sua formação integral. Adicionalmente, o termo psicomotricidade é definido como "qualquer ação motriz, atitude ou padrão de comportamento que, sob a influência de processos mentais, integra e combina estes processos a aspectos motriculares, como elementos que influenciam o comportamento" (Wauters-Krings, 2009, apud Benetti et al., 2018, p. 590). Nesse sentido, a Educação Física desempenha um papel fundamental, onde o professor se torna um instrumento valioso para criar as oportunidades em que os alunos desenvolvam essas competências por meio de atividades planejadas que integram aspectos cognitivos, motores e sociais.  De acordo com Montanha (2013) “Durante as atividades o professor irá intervir de modo a estimular o seu desenvolvimento ao máximo, possibilitando várias formas de tarefas, e assim envolver sua aprendizagem motora e intelectual”. Para além disso, a psicomotricidade, durante a aulas de Educação Física, alinha-se às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Este relato de experiência aborda a aplicação de atividades psicomotoras nas aulas de Educação Física Infantil e Fundamental I, com base em observações realizadas durante estágio supervisionado em duas escolas (uma pública e uma particular) no município de Ananindeua-PA, adotando uma abordagem qualitativa e observacional com o objetivo de analisar as práticas psicomotoras nas aulas de Educação Física Infantil e Ensino Fundamental I. Os sujeitos investigados foram os alunos do Ensino Infantil e Fundamental I (escola particular) e os alunos do Ensino Infantil I (escola pública). A coleta de dados foi realizada por meio de observação participante, permitindo uma análise crítica das práticas pedagógicas e a implementação de atividades psicomotoras. Os resultados demonstraram que, em ambas as escolas, as atividades desenvolvidas com recursos lúdicos e diversificados, demonstraram impactos positivos no desenvolvimento integral das crianças, promovendo habilidades motoras, interação social e autoconfiança. Por outro lado, foram observados desafios estruturais e metodológicos, como a falta de formação continuada para professores e limitações na inclusão de alunos neurodivergentes. Apesar dessas dificuldades, a experiência contribuiu para o alinhamento entre teoria e prática, reforçando a relevância das atividades psicomotoras para um ensino mais inclusivo e dinâmico. Conclui-se que a psicomotricidade é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento infantil, mas sua efetividade depende de investimentos na formação docente e na infraestrutura escolar. Assim, o presente relato de experiência tem como objetivo relato analisar as contribuições das atividades psicomotoras no contexto escolar a partir de uma perspectiva crítica e teórico-prática, buscando refletir sobre como as práticas de atividades psicomotoras não apenas contribuem no desenvolvimento da criança, mas também despertam reflexões sobre os desafios na adequação das práticas às necessidades individuais dos alunos.

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