Resumo

Essa tese é um dos resultados possíveis provenientes da lacuna acadêmica referente à intersecção de três campos: o esporte, a psicologia e as relações raciais. A articulação entre eles se dá a partir de seu objetivo: analisar o processo de racialização no contexto esportivo a partir das narrativas de profissionais de psicologia. Os conceitos de raça, racialização, racismo, supremacia branca e branquitude são apresentados e contextualizados, uma vez que foram importantes para a construção do texto. No seu escopo teórico, a tese faz uma apresentação e aprofundamento da discussão a respeito do esporte moderno, porém, diferentemente da literatura consagrada do campo esportivo, há um enfoque no papel dessa instituição na consolidação da supremacia branca no contexto do colonialismo europeu a partir do século XIX. Em seguida, é elaborada uma revisão de literatura sobre os estudos das relações raciais e o esporte, bem como da contribuição da psicologia no tema. Por fim, um panorama histórico brasileiro sobre a psicologia do esporte e as relações raciais é apresentado, apontando para os problemas enfrentados pela área ao se propor um trabalho antirracista. Já o campo empírico é composto por oito entrevistas semiestruturadas realizadas com quatro psicólogos e quatro psicólogas que trabalharam em algum momento de suas carreiras no esporte. O conteúdo delas é analisado a partir do referencial teórico da Teoria Crítica de Raça. Dessa análise de conteúdo resultaram três narrativas sobre racialização e esporte: as que se amparam em um essencialismo biológico, outras que naturalizam as desigualdades sociais e raciais e ainda aquelas que apresentam visões críticas às hierarquias raciais. Além disso, foi realizada uma análise das narrativas sobre a atuação profissional em psicologia do esporte e seu papel diante do racismo, questionando se é possível pensar em uma psicologia do esporte antirracista
 

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