Resumo

A presente investigação histórica trata da participação de atletas deficientes visuais sul-rio-grandenses nos Jogos Paralímpicos, nas edições de 1984 até 2012. Os Jogos Paralímpicos de 1984, em Nova York (Estados Unidos) abalizam a presença, pela primeira vez, de atletas deficientes visuais sul-rio-grandenses na delegação brasileira. Desde então, exceto nos Jogos de 1996, em Atlanta (Estados Unidos), atletas com deficiência visual do Rio Grande do Sul sempre integraram a delegação brasileira até os Jogos Paralímpicos de 2012, em Londres (Inglaterra). Todavia, há poucos registros, bem como trabalhos científicos que abordem a participação dos atletas sul-rio-grandenses nos Jogos Paralímpicos. Sendo assim, estabelecemos o seguinte problema de pesquisa: como ocorreu a participação de atletas deficientes visuais sul-rio-grandenses nos Jogos Paralímpicos nas edições de 1984 até 2012? Para tanto, além da revisão bibliográfica sobre o assunto, realizamos entrevistas com os atletas que participaram dos eventos, bem como com pessoas envolvidas com o esporte para deficientes visuais no estado. Tais entrevistas seguiram os procedimentos metodológicos da história oral. Os resultados desta investigação foram distribuídos em três estudos independentes, porém interligados. O primeiro estudo, intitulado “Práticas esportivas de deficientes visuais em Porto Alegre, Rio Grande do Sul: indícios de uma história” trata de apresentar um cenário histórico dos esportes praticados por deficientes visuais na cidade de Porto Alegre, enfocando as instituições que desenvolveram ou ainda desenvolvem os esportes na capital do estado. O segundo estudo, denominado “Atletismo paralímpico sul-rio-grandense: montando um quebra-cabeça (1984-1992)”, descrevemos as participações de atletas paralímpicos sul-rio-grandenses com deficiência visual nas competições de atletismo nos Jogos Paralímpicos de 1984 a 1992, tendo como foco os depoimentos de três mulheres. O terceiro estudo, intitulado “Nos sons dos guizos: as vozes de dois atletas paralímpicos brasileiros”, abordamos o percurso de dois deficientes visuais do estado do Rio Grande do Sul medalhistas em esportes coletivos nos Jogos Paralímpicos. Após a realização dos três estudos, podemos inferir que, os poucos atletas deficientes visuais sul-rio-grandenses que participaram dos Jogos Paralímpicos, possuem históricas únicas, as quais, ao serem somadas, contribuem para construir o cenário histórico da participação brasileira no evento. Por fim, ainda, consideramos ser importante salientar a originalidade, relevância e potencialidades do tema tratado.

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