Atletas masters preservam a funcionalidade do tecido adiposo, um potencial mecanismo da saúde metabólica com o envelhecimento
Por Ricardo Ribeiro Agostinete (Autor), Caique Figueiredo (Autor), Bruna Spolador de Alencar Silva (Autor), Ivete Vera Medeiros dos Santos (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O exercício físico sistematicamente realizado ao longo da vida impacta positivamente a saúde imunometabólica no envelhecimento. Evidências sugerem que atletas master apresentam atenuado envelhecimento biológico, incluindo menor expressão de marcadores de imunossenescência e um perfil inflamatório controlado. Esses mecanismos são fundamentais para a manutenção da função imune contra a infeções e em resposta ao exercício. Entretanto, ainda são escassas as informações sobre a modulação de parâmetros metabólicos periféricos pelo treinamento prolongado. OBJETIVO: Analisar a associação do treinamento sistemático de atletas masters e concentração basal/pós exercício agudo de hormônios e proteínas do tecido adiposo, e do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), comparando-os com atletas adulto jovens. MÉTODOS: Atletas master (51.8±9.0 anos, n=12) com experiência de treinamento de 28.1±13.8 anos e atletas adulto-jovens (22.0±4.1 anos, n=7; 8.7±4.1 anos de treinamento) foram selecionados por conveniência. A composição corporal foi avaliada (DXA e ultrassonografia) e ambos os grupos realizaram uma sessão de exercício físico de 30 min (ciclismo, potência de +5 a 15% do limiar ventilatório). Amostras de soro e de células mononucleares do sangue (PBMCs) foram obtidas antes (concentração basal) e após (resposta aguda) a sessão de exercício. As concentrações de leptina, adiponectina, BDNF sérico e produzido por PBMCs estimuladas com lipossacarídeo e do inibidor-1 do ativador do plasminogênio (PAI-1) foram determinadas por ensaio imunoenzimático. Análise estatística foi composta determinada pelo test-t de Student (comparação dos valores basais) e por test-t de Student e ANOVA (diferenças na resposta aguda). RESULTADOS: Os grupos são semelhantes na composição corporal (IMC, massa de gordura, muscular e óssea), VO2max e nas concentrações de leptina, adiponectina, BDNF e PAI-1 em repouso. Ainda, a razão entre leptina e adiponectina com a espessura do tecido adiposo (subcutâneo e visceral) é similar entre os grupos. Em ambos os grupos, os níveis de séricos de BDNF aumentam, e as concentrações de PAI-1 e da quantidade relativa de BDNF produzido por PBMCs foram reduzidas após a sessão de exercício (P<0.05). CONCLUSÃO: A manutenção da funcionalidade do tecido adiposo e a produção de BDNF pelo exercício agudo em atletas másters comparados com atletas adulto jovens, sugere potenciais mecanismos para a manutenção da saúde metabólica com o envelhecimento.