Resumo
Entenda
O atletismo adaptado é regulamentado pelo International Paralympic Committee (IPC) e coordenado pelo comitê técnico esportivo do IPC Athletics. Além de ser a modalidade paralímpica com maior número de praticantes, destina-se aos paratletas com quaisquer tipos de deficiências – física, visual, cognitiva. Quase todas as provas do esporte olímpico também existem no paradesporto. As provas de pista são as seguintes: corridas de velocidade (100 m, 200 m e 400 m), corridas de meio-fundo (800 m e 1.500 m), corridas de fundo (5.000 m e 10.000 m) e revezamentos (4x100 m e 4x400 m). Os eventos de campo são: salto em altura, salto em distância, salto triplo, lançamento de disco, arremesso de peso e dardo. Existem ainda a maratona (prova de estrada) e o pentatlon (prova combinada). Estão ausentes das paralimpíadas os eventos de corrida com barreiras, salto com vara, marcha atlética e lançamento de martelo.
A classificação dos paratletas baseia-se nas suas capacidades funcionais. São realizados testes de coordenação, força e função do indivíduo e avaliam-se as potencialidades, as sequelas e os músculos não comprometidos. A nomenclatura das classes é determinada por uma letra inicial – F para eventos de campo e T para pista – mais um número referente ao comprometimento do competidor. Entre 11 e 13 estão os deficientes visuais; 20 são os deficientes cognitivos; do 31 ao 38, paralisados cerebrais (31 a 34 cadeirantes, 35 a 38 ambulantes); 40, anões; 41 a 46, amputados e les autres; e 51 a 58, cadeirantes.
Uma especificidade da modalidade adaptada decorre da necessidade em avaliar o grau de deficiência para computar uma pontuação justa a cada paratleta. Em provas de lançamentos, nem sempre o vencedor é aquele que lançou mais longe o aparato. Para pontuação, os árbitros analisam a distância, bem como o grau de deficiência do atleta. Ao final de todos os lançamentos, vence aquele que obteve a maior pontuação. Já nas provas de pista, como no atletismo convencional, o vencedor é sempre aquele que alcança antes a linha de chegada.
Em relação às adaptações, é possível mudanças nos aparelhos utilizados, como nos dardos e nos discos, por exemplo. Aos amputados é permitido o uso de próteses, sendo obrigatórias em pista e facultativas em campo. As cadeiras de rodas podem ser utilizadas tanto em provas de campo como de pista e são bem leves. Os deficientes visuais da classe B1 devem estar acompanhados por um guia (conectados por uma amarra) que irá apenas direcioná-los durante a prova. Aos atletas B2 o guia é opcional, mas há necessariamente o uso de duas raias nas provas de pista. Aparelhos auditivos também são permitidos.
O atletismo paralímpico é um paradesporto que promove a superação diária de seus atletas. Exige perseverança, comprometimento, disciplina, além de capacidades físicas como força e resistência. Desenvolve também estas mesmas capacidades, além de melhorar a autoestima, a independência, a socialização e a promoção de bem estar e qualidade de vida.