Atritos, Rangidos e Deleites de Utopias: o Direito à Cena
Por Alberto Ferreira da Rocha Junior (Autor).
Resumo
Este trabalho fez parte da mesa redonda intitulada Teatro e História: historiografias do espetáculo e palcos de direitos humanos, proposta pela professora Beti Rabetti/Maria de Lourdes Rabetti e é resultado de pesquisa intitulada Diversidade sexual e teatro no Brasil: visibilidade, minoritarismo e representação, com financiamento pelo Edital de Demanda Universal 2018 do CNPq. A presença de personagens LGBTQIA+ nos palcos no Brasil, tímida ainda nos anos 1950 e 1960, ganha vigor a partir da década de 1970, mais especialmente a partir de 1973 com Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá, texto de Fernando Melo, inegável sucesso de público. Se naquele momento, ouvem-se os atritos entre a criação do espetáculo e os órgãos de censura e crítica, hoje os atritos se dão entre uma visão - talvez anacrônica - da parte de certo discurso em defesa da população LGBTQIA+ e as personagens de homossexuais masculinas afetadas. Nesse sentido, interessa-nos o rangido das articulações entre cena e direitos da população LGBTQIA+.