Resumo
Promover o aumento dos níveis de atividade física na população tem sido considerado uma questão de saúde pública. Neste sentido, acredita-se que uma das ações que pode favorecer essa meta é inserir o Profissional de Educação Física (PEF) na atenção básica à saúde. O objetivo desse estudo foi analisar a atuação do PEF nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) da região metropolitana de João Pessoa-PB. Realizou-se um estudo descritivo, transversal de natureza quantitativa. A amostra foi constituída por 15 PEF. Como instrumento utilizou-se um roteiro de entrevista contendo informações sobre os aspectos socioedemográfico/socioeconômico, formação e atuação profissional, planejamento, atuação específica e interdisciplinar do PEF no NASF. Os resultados mostraram que a maioria dos PEF tem idade entre 25 e 39 anos, é do sexo feminino (n = 9), solteiro (n = 9), reside na cidade onde trabalha, e têm renda de 4 a 5 salários mínimos no NASF. Concluíram o curso de licenciatura plena em Educação Física com maioria graduada em instituição pública (n = 12) e curso de especialização (n = 10); a maior carga horária média de trabalho no NASF tem sido destinada a atuação profissional específica (10h); 53,3% dos PEF trabalham entre 1 à 4 Unidades de Saúde da Família com apoio entre 5 a 10 equipes da Estratégia de Saúde da Família; os usuários são atendidos em grupos de 10 a 100 participantes, em sua maioria hipertensos e/ou diabéticos (n = 15); as atividades físicas mais prevalentes são alongamento (n = 15), caminhada (n = 11) e dança (n = 9); Os indicadores mais utilizados na avaliação são o IMC e a pressão arterial; as avaliações são mais frequentes semestralmente (n = 5); as atividades físicas ocorrem em maior parte nas instalações das unidade de saúde da família (n = 12) e nos espaços públicos de lazer (n = 10); Os PEF (n = 15) consideram os materiais adequados e utilizam com frequência: cabos de vassoura, garrafas pet e cordas; ocorre interdisciplinaridade (n = 8), principalmente com enfermeiro (n =12), nutricionista (n = 10) e fisioterapeuta (n = 10); o trabalho interdisciplinar foi classificado como bom (n = 6) ou regular (n = 6); as reuniões ocorrem em sua maioria semanalmente (n = 7) e os PEF participam (n = 15) efetivamente no planejamento das atividades no NASF. Conclui-se que os PEF têm formação insuficiente para o âmbito da saúde pública; As atividades desenvolvidas são condizentes com as condições físicas dos usuários, e a promoção da atividade física está sendo o foco principal; é necessário criar estratégias mais eficientes para avaliar a efetividade das ações; a infraestrutura ainda é precária e as ações intersetoriais ainda não contemplam a amplitude preconizada pelas diretrizes do NASF.