Aumento da Capacidade Funcional em Modelo Experimental de Parkinson: Treinamento de Força com Restrição de Fluxo Sanguíneo
Por Leonardo Ribeiro Miedes (Autor), Nathalia Bernardes (Autor), Victor Hugo Martins De Miranda (Autor), Katia De Angelis (Autor), Sandra Regina Mota Ortiz (Autor), Thaís Miriã Da Silva Santos (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O Parkinson (PK) é uma doença neurodegenerativa progressiva que causa danos aos neurônios dopaminérgicos da substância negra pars compacta (SNpc) através do acúmulo de alfa-sinucleína neuronal (αSYN) gerando sintomas motores e não motores. O número de pessoas com PK está crescendo à medida que a idade e a expectativa de vida da população mundial aumentam. Evidências clínicas têm demostrado os benefícios gerados pelo treinamento resistido em pacientes com PK, contudo, o número de evidências ainda é reduzido e estudos investigando os efeitos do treinamento de força com restrição de fluxo em modelos experimentais nestas condições são escassos. Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento de força com restrição de fluxo sanguíneo no membro inferior, em modelo experimental de PK na capacidade funcional física. Metodologia: Ratos Wistar foram divididos em 4 grupos: Controle (GC: n=8); Parkinson Sedentário (GPS: n=9); Controle Treinado (GCT: n=8); e Parkinson Treinado (GPT: n=9). O modelo de PK foi induzido por 6-OHDA no início do protocolo (6 μg/μl estereotaxia/cérebro). O treinamento de força foi realizado em escada vertical com pesos na cauda (40-60%; 1v/d-5d/sem-8sem), a restrição de fluxo foi realizada com insuflação de 80 mmHg (22% músculo plantar e 54% sóleo). Foi avaliado o teste de carga máxima em escada vertical (TCM inicial, intermediário e final) e teste de velocidade máxima em esteira rolante (TVM inicial e final) no protocolo de treinamento (CEUA 076/22). Os resultados foram analisados pelo programa Statistica®. Foi realizado o teste de normalidade Shapiro Wilk. Para análise dos dados foi utilizado o teste da análise de variância (ANOVA), seguido pelo teste de Student Newman Keuls. O nível de significância adotado foi de p< 0,05. Resultados: No TCM final (GC: 900±219; GPS: 1060±150; GCT: 1551±254; GPT: 1542±200 g) todos os grupos aumentaram a carga em comparação ao teste inicial (GC: 439±43; GPS: 504±101; GCT: 522±90; GPT: 523±54 g) e intermediário (GC: 699±87; GPS: 714±132; GCT: 905±136; GPT: 987±146 g). No final do protocolo, houve aumento da carga nos grupos treinados (GCT: 1551±254; GPT: 1542±200 g) em relação aos grupos sedentários (GC: 900±219; GPS: 1060±150 g). O TCM corrigido pelo peso corporal dos animais (carga máxima obtida na última subida/peso corporal) x 100, apresentou na 4ª semana (GCT: 231±40; GPT: 258±48 g) e no final do protocolo (GCT: 390±45; GPT: 395±53 g) aumento da carga de esforço nos grupos treinados em relação aos grupos controles nos mesmos períodos respectivamente (GC:178±25 / 215±60; GPS: 169±27 / 239±37 g). No TVM inicial (GC: 12,3±2,1; GPS: 12,9±0,4; GCT: 13,5±1,7; GPT: 12,1±1,0 min) e final (GC: 13,1±2,1; GPS: 11,7±0,9; GCT: 14,5±0,5; GPT: 13,1±1,1 min) os animais não apresentaram diferença em relação ao tempo de corrida na esteira. Conclusão: Os resultados demostram que o treinamento de força com restrição do fluxo sanguíneo foi eficaz no aumento da força muscular, sugerindo aumento da capacidade funcional e tais achados podem sugerir que esse método de treinamento pode melhorar a qualidade de vida e atividades de vida diária em pessoas com PK.