Aumentos dos níveis de atividade física induzidos por ambiente enriquecido promove neuroproteção em animais senis submetidos à encefalite viral
Por Everton Vinicius Souza do Nascimento (Autor), Jean Sávio Costa Sena (Autor), Danielle Lobato Araujo (Autor), Letícia Beatriz Barros Maia (Autor), Alexandre Maia de Farias (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As encefalites virais desencadeiam respostas pró-inflamatórias e danos teciduais severos no encéfalo de animais. No entanto, o aumento diário dos níveis de atividade física voluntário em modelos animais de ambiente enriquecido (AE) parece ser um componente fundamental para gerar respostas inflamatórias protetoras sistemicamente. Entretanto, ainda são raros os estudos que avaliaram os impactos que o AE pode gerar nas repostas neuroinflamatórias em animais senis submetidos a uma encefalite viral. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi avaliar respostas imunes protetoras do AE no encéfalo de camundongos senis submetidos a uma meningoencefalite viral. MÉTODOS: Oitenta camundongos foram mantidos ao longo da vida em AE (n 40) ou em ambiente padrão (AP) (n 40), quando completaram 18 meses um grupo controle com 40 camundongos, sendo 20 do AP e 20 do AE, foi inoculado com uma solução salina (SC) (AP/SC e AE/SC, respectivamente) enquanto os demais (20 camundongos do AP e 20 camundongos do AE) foram infectados por via intranasal com o vesiculovírus Marabá (SI) (AP/SI e AE/SI, respectivamente). Depois de 6 dias foram eutanasiados para processamento do encéfalo e realização de testes de citometria de fluxo para quantificar os níveis de IL-10, IL-6, INF- γ e Óxido Nítrico (NO). Para comparar níveis dessas substâncias entre os grupos utilizamos o teste ANOVA de uma via e pós-teste de correção de Bonferroni, o nível de significância foi definido como p< 0,05 para todas as análises de dados. Os procedimentos experimentais foram realizados de acordo com o Guia dos Institutos Nacionais de Saúde para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal do IEC, Processo nº 27/2015/CEUA/IEC/ SVS/MS. RESULTADOS: Os animais do AE que foram infectados pelo vesiculovírus Marabá apresentaram maior produção de INF- γ em comparação aos demais grupos (média ± DP/ AP/SC: 0,6533 pg/ml ±0,5880 pg/ml; AP/SI: 17,57 pg/ml ±7,637 pg/ml; AE/SC: 0 pg/ml ±0 pg/ml; AE/SI: 59,84 pg/ml ±23,00 pg/ml; p<0.05), mas sem diferença para a expressão de NO, IL-6 e IL-10. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que o aumento dos níveis de atividade física provenientes do AE promoveu respostas neuroprotetoras e antivirais agudas superiores em animais senis submetidos a uma encefalite viral comparado ao AP.