Ausência de Desgaste Agudo da Musculatura Esquelética e Cardíaca em Atletas Amadores de Triathlon
Por Maria Fátima Glaner (Autor), William Alves Lima (Autor), Luiz Carlos C. Jovita (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 11, n 1, 2009. Da página 37 a -
Resumo
A creatina quinase (CK) e a sua fração músculo-cérebro (CK MB) podem estar ligadas a danos no tecido muscular e cardíaco, respectivamente, como conseqüência de exercícios prolongados e intensos. O estudo teve como objetivo verificar se a variação aguda da CK e da CK MB reflete algum risco de desgaste acentuado para a musculatura esquelética e cardíaca, de atletas amadores, após o Ironman 70.3. A amostra foi composta por dez atletas voluntários, masculinos (idade= 34,0 ± 9,2 anos). A amostra de sangue venoso (2mL) foi coletada antes e após o Ironman 70.3. Os voluntários completaram o percurso em 5h20min à 6h. A CK e a CK MB foram analisadas pelo método enzimático, usando reagentes Wienner lab, em um espectrofotômetro automático (Targa bt 3000). O teste não paramétrico de Wilcoxon indicou diferenças significativas (p <0,05) entre os períodos pré e pós competição nas variáveis estudadas. Os valores médios foram: CK= 112,23 ± 34,9U/L e 458,0 ± 204,9U/L (Δ%= 418,2); CK MB= 7,4 ± 2,6U/L e 10,8 ± 3,9U/L (Δ%= 153,3), respectivamente, para pré e pós. A variação relativa da CK MB em relação à CK, pré (6,9%) e pós competição (2,5%), indicou que este não é um fator tão preocupante durante o exercício extenuante de longa duração, como o Ironman 70.3. Conclui-se que a concentração aguda de CK, logo após o término do exercício extenuante de longa duração, indicou desgaste da musculatura esquelética, porém considerado normal para atletas. Quanto à CK MB, o desgaste da musculatura cardíaca foi inexistente.