Resumo

A investigação tem demonstrado os inúmeros benefícios do auto-controlo para o desempenho individual e colectivo, nos mais variados contextos de vida, incluindo o desportivo. Assim, o principal objectivo deste estudo foi explorar as relações entre as diferenças individuais no auto-controlo, processos de avaliação cognitiva de ameaça e desafio, crenças de auto-eficácia e eficácia colectiva, e rendimento desportivo. Para tal, recorreu-se a uma amostra de 125 jogadores de futebol do sexo masculino, com idades entre os 15 e os 25 (M = 20.7), que competiam nos principais campeonatos nacionais dos seus respectivos escalões competitivos. Medidas disposicionais de auto-controlo, percepção de ameaça e desafio, auto-eficácia e rendimento subjectivo foram administradas. Análises univaridas e multivariadas sugerem o papel fundamental do auto-controlo no desporto, demonstrando que atletas com níveis superiores de auto-controlo tendem a percepcionar a competição como um desafio e a apresentar maiores níveis de crenças de auto-eficácia e rendimento subjectivo. Este estudo demonstra as vantagens do estudo das diferenças individuais e de marcadores de rendimento associados com o auto-controlo para uma melhor compreensão dos processos psicológicos durante as situações de pressão competitiva em jovens atletas de modalidades colectivas. Além disso, dados adicionais para a adaptação e validação de medidas específicas das crenças de eficácia individual e colectiva no futebol são evidenciados. Paralelamente, também apontam caminhos para futuros estudos focados no auto-controlo em contextos de realização, bem como implicações práticas para o desenvolvimento de intervenções psicológicas com jovens atletas, centradas sobretudo na promoção dos recursos auto-regulatórios e impacto no rendimento individual e colectivo.

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