Auto-controlo, Crenças de Eficácia, Avaliações Cognitivas e Rendimento: Um Estudo Exploratório das Suas Relações Numa Amostra de Atletas de Futebol
Por Rui Sofia (Autor), José Fernando A. Cruz (Autor), Juliana da Silva (Autor), Luís André Alves (Autor), Francisco Rodrigues (Autor), Luís Meireles (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A investigação tem demonstrado os inúmeros benefícios do auto-controlo para o desempenho individual e colectivo, nos mais variados contextos de vida, incluindo o desportivo. Assim, o principal objectivo deste estudo foi explorar as relações entre as diferenças individuais no auto-controlo, processos de avaliação cognitiva de ameaça e desafio, crenças de auto-eficácia e eficácia colectiva, e rendimento desportivo. Para tal, recorreu-se a uma amostra de 125 jogadores de futebol do sexo masculino, com idades entre os 15 e os 25 (M = 20.7), que competiam nos principais campeonatos nacionais dos seus respectivos escalões competitivos. Medidas disposicionais de auto-controlo, percepção de ameaça e desafio, auto-eficácia e rendimento subjectivo foram administradas. Análises univaridas e multivariadas sugerem o papel fundamental do auto-controlo no desporto, demonstrando que atletas com níveis superiores de auto-controlo tendem a percepcionar a competição como um desafio e a apresentar maiores níveis de crenças de auto-eficácia e rendimento subjectivo. Este estudo demonstra as vantagens do estudo das diferenças individuais e de marcadores de rendimento associados com o auto-controlo para uma melhor compreensão dos processos psicológicos durante as situações de pressão competitiva em jovens atletas de modalidades colectivas. Além disso, dados adicionais para a adaptação e validação de medidas específicas das crenças de eficácia individual e colectiva no futebol são evidenciados. Paralelamente, também apontam caminhos para futuros estudos focados no auto-controlo em contextos de realização, bem como implicações práticas para o desenvolvimento de intervenções psicológicas com jovens atletas, centradas sobretudo na promoção dos recursos auto-regulatórios e impacto no rendimento individual e colectivo.