Resumo

A auto-eficácia se caracteriza como a convicção nas capacidades individuais de organizar e executar cursos de ação, necessários à realização de determinadas tarefas ou feitos dirigidos a uma meta. Engloba processos auto-perceptivos e avaliativos, que relacionam fatores ambientais, pessoais e comportamentais. Estas correlações podem ser observadas tanto na tríade de determinismo recíproco da Teoria Social Cognitiva (TSC), como na proposta Teoria de Ação de Nitsch, que norteia os estudos em motivação desta obra. Neste trabalho, a auto-eficácia é aplicada na compreensão do controle interno das convicções e percepções que envolvem a prática docente em Educação Física Adaptada (EFA), caracterizada por atender pessoas com necessidades especiais ou em condição de deficiência. O mesmo estudo é a continuação das pesquisas no mestrado, que analisou as crenças de auto-eficácia docente em Educação Física (EF). Nesta pesquisa, aprofundamos os estudos de auto-eficácia docente, selecionando um contexto peculiar de atuação em EF: a EFA. Também buscou-se identificar e investigar as fontes de (in)formação da auto-eficácia docente para este contexto. A problemática se encontra na análise das possíveis contribuições da auto-eficácia e a configuração de suas fontes formadoras na EFA, a motivação para a realização, bem como associações destes constructos com: satisfação, preferência de atuação profissional e disposição para continuidade docente em EF. Por meio de quatro instrumentos, aplicados em 311 profissionais atuantes ou que já tivessem atuado na área de EFA, destacam-se alguns fatores e aspectos relacionados à auto-eficácia docente e motivação profissional. Os resultados obtidos podem evidenciar as associações da auto-eficácia com a questão motivacional do professor, através de sua satisfação pessoal e disposição para continuar na carreira docente, bem como os níveis de esforço e persistência. Ou seja, as associações entre auto-eficácia e motivação docentes podem ser relacionadas às características pessoais (emoções, interesse e satisfação), aspectos sociais e comportamentais. A metodologia, através da Análise Estatística de Variância (ANOVA), Regressão Linear e Análise Multivariada (CLUSTERS associativos), promoveu análises destes parâmetros a respeito de suas capacidades de ensinar. A perspectiva social cognitiva e as propostas de estimulação das fontes de formação da auto-eficácia docente, bem como dos mecanismos auto-reflexivos do professor configuraram-se excelentes referenciais, comuns para as discussões sobre as convicções docentes, formação profissional em EFA e atuação com públicos de pessoas com deficiência em estudo(s) anterior(es) e nesta pesquisa. Os fatores experiência direta e experiência vicariante são as fontes mais potentes de formação de auto-eficácia docente em EFA, apresentando-se também os aspectos fisiológicos e emocionais diferenciais para o contexto da EFA, fato que pode explicar a diferenciação no trato entre professor e aluno com deficiência. Outro aspecto que se destaca é a proposta de Maddux, que determina 06 fontes de constituição da auto-eficácia, isolando o aspecto emocional como uma fonte separada dos aspectos fisiológicos. Este estudo aponta para as possibilidades de na formação se desenvolver a auto-eficácia docente em EF e EFA, através de estratégias de incremento de cada uma das fontes propostas e também permite observar a auto-eficácia como uma importante mediadora no processo motivacional do professor de EFA e do Motivo de Realização, com seus componentes (Nível de Aspiração, Atribuição Causal e Normas de Referência). 

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