Autonomia de professores de educação física sob a ótica do imprinting cultural

O presente trabalho é recorte de um dos capítulos de análise de uma dissertação de mestrado e teve como objetivo identificar e analisar como o imprinting cultural marca a autonomia dos professores de Educação Física no emaranhado da cultura escolar. Para tal, tivemos a etnografia como modelo teóricometodológico, com vistas a fazer uma descrição densa da realidade utilizando o diário de campo, diálogos informais e observação participante, tendo no processo analítico sustentação na triangulação dos dados. Foram investigados três sujeitos, professores A, C e F, os quais tiveram sua identidade preservada e participaram voluntariamente da pesquisa onde assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O conceito de autonomia de professores foi pautada em Contreras (2012) Freire (1991, 2011) e Morin (2011, 2015), sendo singular aos sujeitos, marcada pelo imprinting cultural, relacional com o sistema, representada pelos modos de ser e agir dos professores e suas qualidades referentes ao seu trabalho docente. Além disso, se dá no coletivo, nas trocas, diálogos e construída por meio da experiência e interações com os pares e contextos, pois ninguém nasce sendo, vamos nos tornando. O impriting cultural se expressa pela marca incontornável imposta desde a infância pela estabilização seletiva das sinapses que marcam o espírito individual e seu modo de conhecer e agir (MORIN, 2011). Marca também as ideias, crenças, doutrinas e pode enraizar seus paradigmas, tabus e normas, onde a cultura é coprodutora da realidade que cada ser humano percebe e concebe, mas também fornece ao pensamento condições de formação, concepção e conceitualização. O imprinting cultural pesa também sobre o conhecimento a partir de experiências formativas que o sujeito se insere e se relaciona influenciando os professores, de certa forma, em determinações sociais, econômicas e políticas que circulam a sua profissão e a ação docente (MORIN, 2011). Sob a ótica do imprinting cultural analisamos a naturalidade, formação, o porquê da Educação Física e a perspectiva dos professores frente a esse campo de conhecimento.

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