Avaliação antropométrica e risco cardiometabólico em escolares com transtorno do espectro do autismo
Por Wanessa O. S. Correia (Autor), Wanessa O. S. Correia (Autor), Rebeca Baldi Da Silva (Autor), Pedro Henrique Fernandes Costa (Autor), Chrystiane V. A. Toscano (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Estudos anteriores indicam risco aumentado de obesidade e distúrbios metabólicos para população infantil com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) quando comparado a população sem TEA. Objetivo: Avaliar o índice de massa corporal (IMC) e o risco cardiometabólico a partir da relação circunferência abdominal/estatura em escolares com transtorno do espectro do autismo (TEA). Métodos: A pesquisa foi do tipo transversal, a amostra composta por 32 escolares com TEA da educação básica assistidos pelo Centro Unificado de Integração e Desenvolvimento do Autista – CUIDA localizado na cidade de Maceió, Alagoas. Foram critérios de inclusão: (a) apresentar diagnóstico fechado do TEA; (b) participar das aulas da disciplina curricular educação física da escola e (c) apresentar frequência ≥ 75% nas sessões semanais ofertadas pelo Serviço de Educação Física (SEF) do CUIDA por um período ≥ a seis meses. Foi realizada avaliação antropométrica (estatura, massa corpórea e circunferência abdominal) em todas as crianças da amostra. Resultados: Dados de IMC demonstraram que 42,5% da amostra total apresentavam-se como eutróficas (7,7±1,2 anos); 26,8% apresentavam sobrepeso (10,5±1,3 anos); e 30,7% apresentavam obesidade (12,8±2,1 anos) de acordo com os pontos de corte estabelecidos por Cole et al. (2000). Os dados para status de obesidade central (risco cardiometabólico) demonstraram que 78,1% da amostra apresentavam obesidade central (relação circunferência abdominal/estatura ≥ 0,5) e 21,9%, status de obesidade não central (< 0,5) segundo Mokha et al. (2010). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa RStudio versão 3.2.5 (2016). A associação entre status de IMC e perfil de risco cardiometabólico foi verificada pelo teste Qui-quadrado de Pearson (função em R “chisq.test”). A correlação entre estas duas variáveis foram realizadas segundo análise de correlação não-linear de Spearman (função em R “cor.test”). O nível de significância adotado foi de p<0,05. Observou-se associação entre o status de IMC e risco cardiometabólico (X2 = 12,8; p-valor = 0,001). Concomitantemente, verificou-se um comportamento diretamente proporcional entre as mesmas variáveis (rho = 0,5; p= 0,001). Conclusão: Crianças com TEA apresentam status de IMC e perfil de risco metabólico preocupantes. O aumento da massa corpórea pode ampliar ainda mais os riscos de diabetes, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemias. A recomendação do engajamento da população escolar em programas de intervenção com exercício físico parece uma importante medida de saúde pública.