Avaliação cognitiva, estratégias de coping e afeto entre judocas brasileiros diferenças em função do sexo e do nível competitivo
Por Manuella Collin Brazão (Autor), Rafael Moreno Castellani (Autor), Nuno José Corte-real (Autor), Claudia Salomé Dias Lima (Autor), António Manuel Fonseca (Autor).
Resumo
O estresse é parte integrante da vida de um atleta, uma vez que o desporto fornece um contexto único de experiências emocionais, cognitivas e comportamentais. Desta maneira, o presente estudo teve como objetivo descrever como os atletas de judô avaliam situações de estresse e as estratégias utilizadas para lidar com as mesmas, assim como os afetos resultantes deste processo e suas relações, verificando e analisando
semelhanças e diferenças em função do sexo e o nível competitivo. Foram utilizados quatro questionários: a Checklist de Avaliação Cognitiva Primária e o Questionário de Recursos de Coping, para analisar avaliação cognitiva primária e secundária, respectivamente; o PANASp-rd para avaliar os afetos, e o Brief COPEp para as estratégias de coping. Participaram deste estudo 93 atletas de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 13 e 34 anos. Adicionalmente, os atletas foram classificados, de acordo com o nível competitivo, em estadual, nacional ou internacional. Nossos resultados indicaram que os atletas de judô avaliaram as situações de estresse de maneira positiva, sendo mais frequente a avaliação de desafio do que de ameaça; ainda experenciaram mais afeto positivo do que negativo. Em relação às características pessoais, verificamos diferenças entre homens e mulheres na avaliação cognitiva primária, estratégia de uso de substâncias e no afeto. Entre os níveis competitivos também encontramos diferenças na avaliação cognitiva primária e em algumas das estratégias de coping. Concluímos que, entre os judocas brasileiros, fatores como o sexo e o nível competitivo parecem ser características importantes a serem consideradas no processo de estresse.