Resumo

A obesidade vem se tornando cada vez mais freqüente entre a população brasileira, particularmente, entre crianças e adolescentes. Este estudo teve como objetivos avaliar e comparar a ingesta de alimentos, a prática de atividade física e a composição corporal de 59 estudantes da 8a série do ensino fundamental de 3 escolas de Maringá (A, particular, B, estadual e C, municipal). Os resultados, após avaliação estatística (estatística descritiva e ANOVA), não demonstraram diferenças significativas entre os colégios quanto às horas dispensadas para a prática de atividade física e para o sono noturno, todavia, o tempo gasto assistindo TV diminuiu com o aumento do nível sócio-econômico das famílias. O índice de massa corporal médio (IMC) obtido para os colégios A, B e C foram, respectivamente, 20,58 kg/m2, 20,54 kg/m2 e 19,47 kg/m2, valores que não diferiram significativamente entre si e que, quando vistos isoladamente dão a falsa impressão de uma população sem problema de sobrepeso. Todavia, os valores da composição corporal demonstraram tratar-se de uma população com muita massa gorda: 30,31%, 33,64% e 30,55%, para os colégios A, B e C, respectivamente. Os valores médios totais de calorias ingeridas diariamente foram: 2.236,57 Kcal, 2.893,73 Kcal e 2.175,4 Kcal, para os colégios A, B e C, respectivamente Quanto à origem das calorias ingeridas, nos colégios A e C a ingesta de proteína foi superior à recomendada (18,43% e 16,94%, respectivamente); nos três colégios, os lipídios excederam os valores recomendados (36,66 %, 35,93% e 35,27%, respectivamente, para A, B e C) fazendo com que em todos a ingesta de carboidratos se tornasse inferior ao recomendado. Concluiu-se que a falta de atividade física associada à ingesta desequilibrada de nutrientes foram os fatores preponderantes para o índice de sobrepeso e obesidade verificados.