Resumo

RESUMO O presente estudo teve os seguintes objectivos: (i) ajustar procedimentos de avaliação e controlo da condição física dos voleibolistas (força, potência, velocidade, agilidade, resistência e flexibilidade) a fim de obter dados credíveis e úteis, em laboratório e em testes de terreno; (ii) colaborar na prescrição de programas de treino de preparação física; (iii) monitorizar os resultados da condição física da Selecção Portuguesa de Voleibol e quantificar as alterações em dois momentos de avaliação e (iv) estabelecer valores de referência nacional das principais características e capacidades atléticas exigidas no voleibol. A amostra foi constituída por 10 atletas que fizeram parte da Selecção Portuguesa de Voleibol sénior masculina na época de 2004. Estes jogadores foram submetidos a avaliações antropométricas e ao nível das principais capacidades motoras. Para a avaliação da força máxima (fmáx), realizaram os seguintes testes: leg extension, leg press e para a força rápida, o lançamento da bola medicinal. Para a força de impulsão vertical, utilizámos os testes: squat jump (SJ); drop jump (DJ) 40 cm; counter movement jump (CMJ), CMJ com bloco, CMJ com remate e potência mecânica média (PMM) 15seg. A força isocinética dos extensores e dos flexores do joelho (90 e 360º/seg) foi avaliada com dinamómetro isocinético. No que respeita à velocidade, resistência e flexibilidade, os atletas realizaram, respectivamente, os testes: Japonês, 10 metros sprint e “take-off reactive test”; Yo-Yo; flexão frontal do tronco e rotação de ombros. Os testes executaram-se em Março e Julho de 2004 no Laboratório do Movimento Humano do ISMAI. Em todas as variáveis foram calculadas as médias e desvios padrão. Para a análise comparativa dos principais componentes foram verificadas as diferenças de valores entre os dois momentos de avaliação com recurso ao teste de significância pelo “test studentt” (emparelhado). Pela análise dos resultados constatamos que os atletas da Selecção Nacional apresentam resultados bastante idênticos do 1º para o 2º momento de avaliação. Tal facto é comprovado já que na grande maioria das variáveis (3 excepções num universo de 26) não encontrámos diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05). Constatamos, no entanto, incrementos dos valores médios de fmáx. isométrica de 3,3% (147,5 vs 152 Kg) e ganhos da fmáx. dinâmica de 5,7% (229 vs 242 Kg) que foram estatisticamente significativos (p=0,028). Na força isocinética dos antagonistas encontrámos aumentos em ambos os membros inferiores e em ambas as velocidades angulares avaliadas, o que corresponde a um atenuar dos desequilíbrios agonista/antagonista. Em nenhum dos testes de força de impulsão vertical se verificaram diferenças significativas. Constatamos melhorias percentuais de 3,6; 1,7; 1,1 e 2% respectivamente no SJ (41,1 para 42,6 cm), no DJ (39,7 para 40,4 cm), no CMJ (43,5 para 44 cm) e na PMM (38,7 para 39,5 cm). Nos testes de impulsão mais específicos como são o CMJ c/ bl e o CMJ c/rt deparámos com ligeiros decréscimos da ordem dos 2,3 e 1,8%; 55,1 para 53,8 cm no primeiro teste e no segundo de 68,8 para 67,5 cm. Os resultados da resistência aeróbia foram melhores no 2º momento, concretamente, de 612 para 688 m, percentualmente de 12%. Genericamente, podemos dizer que a condição física da Selecção Nacional de Voleibol evidenciou algumas melhorias, nomeadamente, ao nível da força, da potência e da resistência. Palavras-chave: avaliação da condição física, características e capacidades atléticas dos voleibolistas, rendimento desportivo, voleibol

Acessar