Avaliação da aprendizagem na educação física escolar: desafios e limitações em tempos de pandemia covid-19
Por José Aparecido Gomes (Autor), Célio José Borges (Autor).
Em XX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Este resumo é um recorte da Dissertação de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Rondônia e explora a avaliação da aprendizagem em Educação Física nas escolas públicas de Porto Velho/RO, no ano de 2022. O objetivo foi investigar os desafios e limitações enfrentados pelos professores de Educação Física no campo da avaliação nos anos iniciais do ensino fundamental durante a pandemia de Covid-19. A metodologia foi realizada através de uma revisão de literatura em livros, teses, dissertações e artigos, e com base em documentos nacionais, estaduais e locais. Estudo de campo, de natureza descritiva e abordagem qualitativa (Ludke e André, 2020; Negrine, 2017). A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, respondidas por treze professores de Educação Física de sete escolas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob o Parecer nº 5.481.07 e CAAE: 53792221.0.0000.5300. Os professores foram informados sobre os objetivos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para manter o sigilo das informações, estas foram codificadas pelas letras “P”, seguidas pela ordem numérica (1, 2...13), escolhidas aleatoriamente. Os dados foram interpretados à luz das informações fornecidas pelos professores de Educação Física (Matos, et al., 2017). Evidenciou-se nos resultados que os professores usam métodos informais para avaliar. P6 afirma que “antes no município havia avaliação dos alunos, hoje em dia nem isso”, P13, P10 e P8 enfatizam a avaliação do “desempenho, habilidades e do gesto motor". P9 disse que realiza “avaliação quantitativa”. Quanto às dificuldades, a maioria dos professores cita a "não exigência de avaliação sistematizada", seguida de "escassez de material e instrumentais" e a falta de "formação continuada". P1 destaca que na escola "não há necessidade de avaliar" e P4 relata que a “dificuldade em avaliar as atividades teóricas e práticas é por falta de materiais e instrumentais”. P5 denuncia que secretaria de Educação "não disponibiliza materiais e instrumentos didático-pedagógicos, o que prejudica a avaliação". P7 reforça que "a escola não fornece materiais e instrumentais para avaliar". Para P12, a escola deveria viabilizar "todo o suporte com materiais e instrumentais. Durante a pandemia de Covid-19, houve adaptações informais através de vídeos no WhatsApp e materiais impressos, porém, em relação à avaliação, não houve avanços. P5 afirma que a "avaliação foi informal e sem lançamentos de notas", P7 diz que "nada mudou, pois na escola não é cobrado", enquanto P9 relata que "continuou tudo na mesma porque não era obrigatório avaliar". Já P12 afirmou que "na escola [...] os alunos não são avaliados". Concluiu-se que os professores de Educação Física não utilizam métodos avaliativos sistematizados por não exigência nas escolas e quando avaliam informalmente, pautam-se exclusivamente no movimento, habilidades esportivas e apreensão do gesto motor. Por fim, durante a pandemia Covid-19 houve desafios e limitações nos modos de avaliação, incluindo a falta de obrigatoriedade institucional, escassez de materiais, instrumentos e formação continuada, fatores que podem desestruturar o processo ensino e aprendizagem no componente curricular de Educação Física.