Resumo

A dor no ombro é um dos problemas musculoesqueléticos mais comuns na população e as ocorrências das queixas aumentam com a idade, sendo mais frequentes em mulheres do que em homens. O primeiro artigo teve como objetivo determinar se a dor provoca alterações na atividade eletromiográfica dos músculos da cintura escapular durante uma tarefa isométrica de elevação do braço no plano escapular. Foram selecionadas 22 mulheres, divididas em dois grupos: 11 mulheres com dor no ombro e 11 sem dor no ombro. As mulheres do grupo com dor no ombro foram submetidas a avaliações de dor e de incapacidade, e ambos os grupos realizaram o preenchimento de uma ficha de avaliação com dados pessoais. Posteriormente, foi solicitado para que elas realizassem uma tarefa isométrica de elevação do braço no plano escapular. O segundo artigo teve como objetivo comparar o tempo de início de ativação muscular e a sequência de ativação dos músculos superficiais das articulações glenoumeral e escapulotorácica, em mulheres com dor e sem dor no ombro, durante o movimento dinâmico de elevação do braço no plano escapular. Foram selecionadas 22 mulheres, divididas em dois grupos: 11 mulheres com dor no ombro e 11 mulheres assintomáticas para controle. Foi realizado o preenchimento da ficha de avaliação com os dados pessoais de todas participantes, juntamente com a avaliação da incapacidade e da dor para o grupo com dor no ombro. Logo depois as mulheres realizaram um movimento dinâmico de elevação do braço no plano escapular. Em ambos os artigos, o movimento realizado foi de elevação do braço de 80° no plano escapular e foi utilizada a eletromiografia de superfície para avaliação dos músculos deltoide anterior, deltoide médio, trapézio superior e trapézio médio. Para o primeiro artigo, as coletas foram realizadas durante o movimento isométrico (5 segundos de isometria), e para o segundo artigo durante o movimento dinâmico de elevação de braço no plano escapular. Também foi realizado o teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) de cada músculo para normalização dos dados. No primeiro artigo concluímos que existe diferenças na atividade eletromiográfica dos músculos deltoide anterior e médio entre mulheres com dor e sem dor no ombro, refletindo que a dor exerce importante influência na alteração da atividade muscular. Para o segundo artigo concluímos que o tempo de ativação dos músculos foi semelhante entre as mulheres do grupo com dor no ombro e sem dor, e apesar de não ter sido encontrado um padrão de sequência de ativação, foi possível observar que o trapézio médio foi o primeiro músculo a ser ativado na maioria das mulheres, deixando clara a sua importância como estabilizador escapular.


 

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