Avaliação da Capacidade Funcional de Idosos Hipertensos Submetidos a Oito Semanas de Treinamento Concorrente
Por Roberto Henrique Bortholo da Rocha (Autor), Emanuelle Bianca Mantovanelli (Autor), Thiago Jose de Rossi Milan (Autor), Jeferson José Estevam (Autor), Thiago Romero Schinke (Autor), Wagner Garcez de Mello (Autor), Rodrigo Detone Gonçalves (Autor), Thiago Barbosa Zambon (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Hipertensão arterial sistêmica é um problema de saúde pública com elevada prevalência nacional. A hipertensão aumenta o risco de morte por doenças cardiovasculares e compromete as funções sistêmicas resultando em limitação funcional do idoso hipertenso. Essa incapacidade funcional determina a inabilidade de realizar as funções do cotidiano humano, comprometendo assim a qualidade de vida. O exercício físico atua na prevenção e recuperação dessas alterações. Dentre os modelos de prescrição de exercícios físicos os treinamentos aeróbio e resistido são os mais investigados, porém existem poucas evidências sobre os efeitos do treinamento concorrente (TC) sobre a capacidade funcional (CF). Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade funcional de idosos hipertensos submetidos a oito semanas de TC. Para isso, a amostra foi composta por 18 idosos, participantes do Programa "Eternamente Moços" desenvolvido pelo UNITOLEDO/UNIMED - Araçatuba-SP, hipertensos, controlados por medicação anti-hipertensiva, idade de 70,0±6,1 anos, massa corporal 79,16±10,6 kg, estatura 169±0,0cm e IMC 27,5±2,6. Foram incluídos apenas voluntários fisicamente independentes de acordo com a escala de Katz e que não estavam engajados em exercícios físicos havia pelo menos seis meses. A CF de cada sujeito foi testada no início e após 8 semanas de treinamento, para isso foi utilizado o Senior Fitness Test composto por bateria que avalia a força muscular de membros, agilidade e equilíbrio dinâmico, capacidade cardiorrespiratória e flexibilidade. Cada sessão de TC teve 60 minutos de duração, sendo 30 minutos de atividade aeróbia (caminhada entre 65% a 85% da FCmáxima) e 30 minutos de treinamento resistido (8 exercícios, 1x10 a 15 repetições, 70% 1RM). Todos os indivíduos participaram voluntariamente do experimento e assinaram termo de consentimento. Os dados obtidos foram apresentados como média e desvio padrão. Para a análise estatística foi utilizado o programa GraphpadPrism 7.0. A normalidade da amostra foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. As comparações intragrupos das variáveis analisadas foram realizadas por teste t de Student para amostras pareadas, sendo p<0,05 considerado estatisticamente significativo. Os resultados do presente trabalho evidenciaram que 4 das 6 capacidades físicas avaliadas pelo SFT apresentaram melhoras significativas, Sentar e levantar da cadeira (inicial: 12,28±2,3; final: 15,39 4,0, p=0,0046); Flexão antebraço (inicial: 14,8±1,9; final: 16,4±3,1, p=0,0027); Sentar e alcançar (inicial: -4,25±9,07cm; final: -0,11±10,63cm, p=0,0005); Agilidade e equilíbrio dinâmico (inicial: 6,33±1,57 segundos; final: 5,94±1,25 segundos, p=0,0896); Alcançar atrás das costas (inicial: -13,72±11,51cm; final: -6,88±10,24cm, p=0,0008) e Caminhada de 6 minutos (inicial: 540,9±91m / VO2pico: 20,21±2,70ml.kg-1.min-1; final: 566±55m / VO2pico: 20,96±1,65ml.kg-1.min-1, p=0,3595). Nossos resultados sugerem que o treinamento concorrente é um método eficaz para promover melhorias na capacidade funcional idosos hipertensos e contribui para a determinação dos efeitos das intervenções e o planejamento de estratégias visando à prevenção de desabilidades decorrentes do envelhecimento associado a hipertensão.