Avaliação da Destreza dos Dedos e da Força de Preensão Máxima em Crianças com Dislexia Desenvolvimental
Por Paulo Barbosa de Freitas (Autor), José Ângelo Barela (Autor), Sabrina Tiago Pedão (Autor), Kauê Almeida Lima (Autor), Cristina Lopes Ribeiro (Autor).
Resumo
A dislexia caracteriza-se pela dificuldade de aprendizagem da leitura, escrita e soletração, sem uma causa aparente específica. Crianças e adultos com dislexia apresentam também déficits em diferentes tarefas sensório-motoras. Porém, não existe consenso quanto o efeito da dislexia na destreza dos dedos e se há alterações puramente motoras em indivíduos acometidos por essa desordem. O objetivo do estudo foi comparar crianças com e sem dislexia quanto à destreza dos dedos e à capacidade de geração de força máxima. Trinta crianças com dislexia e 30 sem dislexia, entre 8 e 14 anos, realizaram o teste dos nove pinos nos buracos (9-PnB) para avaliação da destreza manual e o teste força de preensão palmar máxima, ambos com a mão dominante. Elas foram instruídas a realizar o teste dos 9-PnB o mais rápido possível e em seguida produzir força de preensão máxima (FPMax) no dinamômetro hidráulico Jamar®. O menor tempo e a maior FPMax registradas em três tentativas foram utilizadas para as análises estatísticas. Os resultados revelaram que as crianças com dislexia são mais lentas na execução do teste dos 9-PnB, porém apresentam similar capacidade de geração de FPMax que crianças não disléxicas. Esses resultados indicam que as diferenças no desempenho em testes motores observadas entre crianças com dislexia e sem dislexia não têm origem no sistema motor e sim no modo com que a criança com dislexia processa as informações sensoriais e as transforma em respostas motoras para produzir ações.