Resumo
A manutenção da força dos músculos do tronco apresenta grande importância nasaúde em idosos, uma vez que está relacionada com um melhor desempenhodurante as atividades de vida diária. Entretanto, limitações são encontradas naliteratura científica ao analisar os testes para mensurar a força desses músculos ealém disso, não encontra-se claro a importância desses músculos no desempenhofuncional em idosos. Diante disso, o objetivo desta dissertação foi: I) Avaliar areprodutibilidade do teste de força isométrica máxima do tronco em idosas; II)Verificar a associação entre a força e endurance do tronco sobre as medidas dedesempenho funcional em idosas; e III) Analisar os efeitos dos treinamentosfuncional e tradicional sobre a força isométrica máxima e endurance do tronco emidosas. O estudo I verificou a reprodutibilidade do teste de força máxima dosmúsculos do tronco em idosas, em dois dias de avaliações através do Coeficientede Correlação Interclasse, Coeficiente de Variação, Mínima Mudança Detectável,Erro Padrão de Medida, bem como análise gráfica de Bland-Altman. Os achadosdesse estudo revelaram alta a muita alta correlação interclasse (extensores=0,93;flexores=0,86, respectivamente); baixa variação (9% para os dois gruposmusculares); e mínima mudança detectável aceitável (extensores=51,1 N;flexores=48,9 N). Além disso, a análise de Bland-Altman revela baixo viés e valoresdentro dos limites de concordância. No estudo II, foi realizado uma regressão linearmúltipla com o intuito de explicar em que magnitude a força e endurance dosmúsculos do tronco contribuem no desempenho funcional em idosas. Dessa forma,houve uma participação do endurance dos músculos extensores do tronco quevariou entre 17,9 a 24,4% no desempenho funcional em idosas. Já no estudo III, foirealizado um ensaio clínico randomizado e controlado com três grupos: treinamentofuncional, treinamento tradicional e grupo controle. Os grupos de intervençãorealizaram um treinamento com característica funcional e progressivo, de forma queo grupo treinamento tradicional realizou os exercícios em máquinas analíticas e ogrupo treinamento funcional com características de padrões de movimentos demaneira multiplanar e coordenada, incorporando múltiplas articulações. Aplicadas12 semanas de treinamento, foi constatado que o grupo treinamento funcionalobteve melhora significativa para todas as variáveis analisadas: Teste de forçamáxima, taxa de desenvolvimento de força e endurance dos músculos extensoresive flexores do tronco. O grupo treinamento tradicional foi superior apenas na variávelde taxa de desenvolvimento de força dos músculos extensores do tronco. Assimconclui-se que o teste de força máxima para os músculos do tronco em idosasapresenta alta reprodutibilidade, há associações entre o endurance dos músculosdo tronco e desempenho funcional, e que o treinamento funcional parece maiseficaz que o treinamento tradicional em relação ao aumento de força máxima eendurance músculos do tronco, além da taxa de desenvolvimento de força dosmúsculos flexores do tronco.