Resumo

As rotinas de trabalho dos bombeiros incluem extinção de incêndios, salvamentos e atendimento a emergências médicas. Tais atividades expõem esses profissionais a riscos ocupacionais e a intensa sobrecarga física e emocional. Objetivos: Avaliar a função autonômica cardíaca (FAC), em um dia de rotina profissional habitual em comparação com uma condição basal, a sobrecarga cardiovascular durante um turno de trabalho e a aptidão cardiorrespiratória (ACR) de bombeiros. Indivíduos: Foram selecionados, por conveniência, 30 bombeiros do sexo masculino (35-47 anos), sem restrições médicas e/ou doenças cardiometabólicas. Métodos: Foram avaliados índices temporais e espectrais da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) na condição basal em laboratório (AVA1), no início de um turno diurno de trabalho (AVA2) e ao seu término (AVA3). A sobrecarga cardiovascular foi avaliada por meio do comportamento da frequência cardíaca, registrada ao longo do plantão. A ACR foi estimada em repouso por questionário validado. Foram comparados os valores da VFC nos 3 momentos, calculados os tempos absolutos e relativos de permanência em cada zona de intensidade de esforço ao longo do turno e avaliada a correlação entre os índices da VFC com a ACR . Resultados: Observou-se diminuição da modulação vagal em AVA3, expressa pela redução significativa do PNN50% na postura ortostática ao final do turno: 0,35 (0,0 - 60,3), comparativamente aAVA1: 2,6 (0,0 - 31,5). 97,3 ± 4,2% do tempo de trabalho foi de atividades leves e cerca de 2% de intensidades vigorosas/muito vigorosas. Houve correlação positiva (p<0,05) entre PNN50%, RMSSD; AABF e AAAF em AVA1 e AVA3 com a ACR (0,37<rs<0,46; 0,35<rs<0,49). Conclusões: A atividade desses bombeiros ocorreu majoritariamente em zona de intensidade cardiovascular leve, intercalada com curtos períodos de elevadíssima sobrecarga cardiovascular. Observou-se redução da modulação vagal ao término de um turno diurno de trabalho e associação da VFC com a ACR.

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