Resumo

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença multifatorial, de detecção quase sempre tardia devido ao seu curso assintomático e prolongado. Estima-se que no Brasil 30% da população em geral, com mais de 40 anos, possa ter pressão arterial elevada. Um desafio no diagnóstico e controle da HAS é conhecer o impacto da doença e seu tratamento sobre a vida do indivíduo. Tem-se demonstrado que a partir do conhecimento do diagnóstico de HAS os pacientes relatam mudanças sobre sua qualidade de vida. O presente estudo buscou avaliar a qualidade de vida de adultos e idosos hipertensos em tratamento anti-hipertensivo, considerando as comorbidades, a associação de medicamentos, a prática de exercício físico e o controle ou não da pressão arterial. Trata-se de pesquisa descritiva, com amostra de conveniência, de ambos os sexos, em tratamento medicamentoso. Adotaram-se como critérios de exclusão a dificuldade de manter comunicação verbal e agravos decorrentes da hipertensão. Os seguintes instrumentos foram utilizados: Questionário sóciodemográfico e clínico, de Baecke modificado para idosos e qualidade de vida específica para hipertensos. As variáveis foram analisadas pelo teste Qui- Quadrado, pela Regressão Logística e Análise de Cluster. Foram avaliados 156 participantes, sendo que 85 (54,48%) tinham idade igual ou superior a 60 anos e a proporção de mulheres entrevistadas foi 75,64%. Verificou-se que a razão de chance foi significativa para atividade física e quando foram considerados somente os idosos. Assim, os indivíduos com menores escores na atividade física possuíam 11,2 (100 88,8) menos chances de fazer parte do grupo com boa qualidade de vida. Os indivíduos com pressão arterial (PA) controlada possuíam três vezes mais chances de fazer parte do grupo com boa qualidade de vida. Quando separados por critério de idade, observou-se que a razão de chance é significativa apenas nos adultos. Os indivíduos adultos com PA controlada possuíam 7,5 vezes mais chances de fazer parte do grupo com boa qualidade de vida. As variáveis comorbidade e medicamento não apresentaram diferença significativa. Concluiu-se que os adultos e idosos apresentaram diferença significativa nas seguintes variáveis: PA controlada e atividade física, que apresentaram diferença para o impacto na qualidade de vida. Isso mostra a necessidade de diferentes abordagens no tratamento de HAS entre adultos e idosos 

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