Resumo

A qualidade do sono está relacionada a uma melhora da recuperação e desempenho, além da melhora geral em aspectos psicossociais, fisiológicos e cognitivos. No entanto, atletas estudantes estão propícios a diversos estressores que podem diminuir a qualidade do sono, como o horário de dormir e acordar, trabalhos de meio período e a própria rotina de treinos, fatores estes que afetam as capacidades de memória, resolução de problemas e desempenho acadêmicos. OBJETIVOS: Avaliar a qualidade do sono em atletas universitários e verificar o efeito das variáveis sexo e idade na percepção da qualidade do sono. MÉTODOS: A amostra do estudo foi composta por 123 atletas universitários com idade média de 22.4±3.91 anos. Os atletas foram divididos em 2 grupos relacionados ao sexo: feminino (n=46) e masculino (n=77). O mesmo procedimento foi realizado em relação à idade: grupo ≥21(n=79) e grupo ≤20(n=44). Os atletas responderam ao Questionário de Comportamento do Sono do Atleta (QCSA), versão traduzida para o português do Athlete Sleep Behavior Questionnaire. O QCSA é composto por 18 itens sobre a qualidade do sono que são respondidos por meio de uma escala do tipo Likert pontuada da seguinte forma 1=Nunca, 2=Raramente, 3=Às vezes, 4=Frequentemente e 5 =Sempre. A pontuação global do questionário é resultante da soma das 18 questões onde, escores gerais menores ou iguais a 36 indicam "bom comportamento de sono", escores entre 36 e 42 classificam o atleta com "comportamento de sono moderado", e acima de 42 representam "comportamento de sono ruim". RESULTADOS: De forma geral os atletas foram avaliados com 23,5%, 35% e 41,5% para os fatores "Bom", "Moderado" e "Ruim" respectivamente. Quanto à variável sexo, as mulheres foram avaliadas com 26,1%, 37% e 37% para os fatores "Bom", "Moderado" e "Ruim" respectivamente, enquanto os homens foram avaliados com 22,1%, 33,8% e 44,2% respectivamente, não havendo diferença significativa (p>0,05) e tamanho de efeito pequeno (V Cramer´s=0,07). Quanto à variável idade, o grupo ≥21 foi avaliado com 74,4%, 65,1% e 58,8% para os fatores "Bom", "Moderado" e "Ruim" respectivamente, enquanto o grupo ≤20 foi avaliado com 27,6%, 34,9% e 41,2% respectivamente, não havendo diferença significativa (p>0,06) e tamanho de efeito pequeno (V Cramer´s=0,1). CONCLUSÃO: Os atletas foram avaliados no geral como tendo uma qualidade do sono ruim. As variáveis sexo e idade não interferem na percepção da qualidade do sono.

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