Avaliação das Cidades Amigas das pessoas idosas no Brasil: uma revisão integrativa
Por Maria Angélica Binotto (Autor), Mariângela Gobatto (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
O envelhecimento global e a urbanização impõem desafios à saúde da população. Iniciativas como "Cidades Amigas da Pessoa Idosa" (CAPI) promovem ambientes inclusivos e receptivos às necessidades de quem envelhece. Neste contexto, a atividade física aliada a sustentabilidade pode promover um envelhecimento saudável, otimizando recursos para melhorar a saúde, a segurança e a inclusão. Contudo, há lacunas quanto as metodologias de avaliação dessas iniciativas no Brasil. OBJETIVO: Analisar a produção científica nacional sobre as metodologias, domínios e indicadores utilizados para avaliar as CAPIs. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa realizada por pares, em abril de 2024, no Lilacs, Medline, SciELO, Scopus e Catálogo CAPES a partir dos descritores "age-friendly" AND "cities". Foram extraídas informações sobre a caracterização, os domínios e indicadores. RESULTADOS: Dos 957 documentos encontrados 11 foram considerados elegíveis. Destes, sete não avaliaram diretamente cidades certificadas pela Organização Mundial da Saúde-OMS, mas exploraram sua metodologia ou propuseram indicadores de adaptação nacional. Quatro estudos focaram em domínios como Espaços Exteriores e Edifícios, refletindo a preocupação com a atividade física e a mobilidade. Menor atenção foi dada aos domínios de moradia, participação cívica e emprego, comunicação e informação, apoio comunitário e cuidados de saúde. A aplicação desigual dos indicadores da OMS, indicou uma compreensão fragmentada da amigabilidade urbana no Brasil, especialmente na avaliação de segurança e acesso a recursos. CONCLUSÃO: A pesquisa sobre CAPI no Brasil está em fase de consolidação e apresenta limitações metodológicas e temáticas. Para um avanço na promoção da atividade física e da sustentabilidade urbana para as pessoas idosas é imperativo investir em pesquisas para o desenvolvendo de instrumentos de avaliação sensíveis ao contexto sociocultural brasileiro. A articulação entre academia, gestores e sociedade civil e a engajamento das pessoas idosas são cruciais para que o conhecimento se traduza em políticas públicas eficazes e cidades verdadeiramente inclusivas.