Resumo

O Handebol em Cadeira de Rodas (HCR) é uma adaptação do jogo de Handebol convencional, a partir do qual se mantém quase todas as regras e as modificações básicas: o uso da cadeira de rodas e a redução das dimensões da baliza do gol. Tendo em vista a diversidade de causas de deficiências físicas dos jogadores de HCR, faz-se necessário o uso do sistema de Classificação Funcional (CF), com olhar sob a limitação esportiva de cada atleta, objetivando assim garantir a igualdade de condições para disputa, o que gera a redução da probabilidade de uma competição unilateral. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar as habilidades motoras de jogadores de HCR, e fazer relação destas com as variáveis de gênero e Classificação Funcional. Participaram da amostra do 47 atletas de HCR (36 homens e 11 mulheres), avaliados de forma transversal pela bateria de teste Costa e Silva (2011). Os resultados demonstraram que não foi encontrada correlação entre gênero e as variáveis de bloqueio e condução de bola; contudo, entre as variáveis de gênero e velocidade encontrou-se uma correlação inversa fraca (rho=-0,34, p=0,01), e entre as variáveis de gênero e passe foi encontrado uma correlação moderada (rho=0,45, p=0,001). Analisando-se o desempenho por CF, pôde-se verificar que não houve diferenças significativas entre esta variável e os testes de bloqueio, condução de bola, e velocidade. Já para o teste de passe foi encontrada uma correlação fraca (rho=0,35, p=0,01) e diferenças significativas entre a classe 1.0 para as demais. Como conclusão, o estudo mostra que as diferenças do gênero se deram apenas no teste de velocidade e passe, sendo o gênero masculino mais eficaz que o gênero feminino. Mostra também que diferentes classes funcionais não apresentam diferenças significativas no desempenho da maioria das habilidades motoras específicas do HCR, de modo que esta diferença é vista apenas no teste de passe, no qual a classe 1.0 teve scores piores que as demais classes funcionais.

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