Resumo

Escoliose é a condição caracterizada pela disfunção da coluna vertebral em caráter tridimensional, sendo que afeta crianças e adolescentes no mundo todo. Caso não seja tratada desde o início, torna-se uma condição altamente incapacitante. O objetivo do presente estudo foi induzir escoliose em ratos por meio de metodologia não invasiva, a fim de se conhecer as alterações angulares da coluna, o comportamento metabólico que acompanham o quadro escoliótico, bem como o perfil proteico das enzimas fosforiladas mTOR, AKT, P70S6K, IRS-1 e AMP, além da densidade alveolar e padrões eletrocardiográficos. Os animais foram distribuídos em grupos (n=10), a saber: controle e escoliótico. Os animais escolióticos receberam o dispositivo indutor, que foi trocado semanalmente até o fim do período de indução de 12 semanas. Foi realizada inclinação e flexão para o lado direito, formando a curvatura em “C“, que foi avaliada em exames radiológicos. O comportamento elétrico do coração foi avaliado em exame eletrocardiográfico e o glicogênio muscular pelo método do fenol sulfúrico. Houve análise histológica do tecido pulmonar e do músculo paravertebral. A fosforilação das enzimas AKT, MAP, mTOR e P70S6K também foram avaliadas e após a revelação das autorradiografias, as bandas identificadas foram quantificadas por meio de densitometria óptica. Os dados passaram pelo tratamento estatístico, iniciando pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk seguido da analise de variância de duas vias (Two-way ANOVA) e teste de Sidak. Em todos os cálculos foi fixado um nível crítico de 5%. Os resultados mostraram que o peso corporal médio dos animais escolióticos foi 18% menor comparado aos animais controles. Em relação à angulação da escoliose, o grupo escoliotico apresentou angulação de 56º acompanhado de um desvio de 11º no eixo elétrico cardíaco, sem alteração funcional na dinâmica cardíaca. Na avaliação metabólica, o grupo escoliótico comparado ao controle, apresentou alteração significativa nas reservas glicogênicas com maior intensidade na convexidade, onde os músculos paravertebrais foram comprometidos de forma mais severa, o mesmo ocorreu com a concentração de proteínas totais. Em relação a densidade da área alveolar, o grupo escoliótico demonstrou valores significativamente inferiores, algo que não ocorreu em relação a quantidade de fibras do músculo paravertebral. O perfil da fosforilação das enzimas da via insulínica seguiu o perfil de modificações nas reservas glicogênicas, bem como das proteínas totais. Conclui-se que a escoliose é acompanhada de comprometimento na homeostasia metabólica e funcional da musculatura devido a alterações no perfil enzimático e molecular desencadeados concomitante ao processo de indução da curvatura.

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