Resumo
As alterações hemodinâmicas agudas durante as sessões de exercício isométrico submáximos são bastante estudadas. Entretanto, pouco se sabe a respeito das alterações hemodinâmicas em testes isométricos máximos que antecedem os protocolos de treinamento ou sessões de exercício. Ademais, há um hiato na literatura sobre o comportamento das variáveis cardiovasculares induzido por testes de isometria máxima em grandes grupos musculares. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar as respostas cardiovasculares em jovens treinados submetidos ao teste de contração voluntária isométrica máxima (CVIM) em exercícios físicos com a ação de diferentes tamanhos de massas musculares. Trinta e sete homens, com experiência em treinamento de força (4 ± 2 anos de treino), idade (25 ± 4 anos), índice de massa corpórea (24 ± 5 kg.m-2). Os participantes realizaram dois testes de CVIM: i) isométrico handgrip (IHG) e ii) isométrico leg press 45º (ILP45º). Foram realizadas três tentativas de CVIM com 5 segundos de contração e 3 minutos de pausa entre cada tentativa. A CVIM no IHG foi realizada em um dinamômetro hidráulico manual (Jamar, IL, USA). Para o teste de CVIM no ILP45º foi utilizado um equipamento convencional de musculação (Righetto, Campinas, Brasil) com a carga de célula (Power Dinpro ®, CEFISE, Brasil) acoplada ao aparelho. A pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e a frequência cardíaca (FC) foram mensuradas no repouso, imediatamente ao término das tentativas e na recuperação aos 5 e 10min utilizando o método oscilométrico (Microlife, 3BPAC-1, Suíça) e monitor de FC (Polar®, modelo RS800cx, Finlândia), respectivamente. A pressão arterial média (PAM), o duplo produto (DP) e a pressão de pulso (PP) foram calculadas por meio de equações matemáticas. A avaliação da área sob a curva (AUC) dos testes de CVIM apresentou um aumento significativo para a FC (AUC, p= 0,0004) e DP (AUC, p= 0,0032) para o ILP45o quando comparado com o IHG. Também ocorreram aumentos significativos para a PAS e PAM ao término da terceira tentativa para o testeILP45ºcomparado ao IHG. Entretanto, ao término de cada tentativa não foram verificadas diferenças significativas para a PAD e PP entre os protocolos (IHG vs. ILP45o). Os nossos achados demonstram que em jovens com experiência em treinamento de força submetidos ao teste de CVIM envolvendo grande massa muscular (ILP45o), a FC e o DP podem ser melhores marcadores do que a pressão arterial para mensurar a responsividade cardiovascular.