Resumo
Resumo: Avaliar critérios de sucesso em um programa multiprofissional de tratamento da obesidade em adolescentes(PMTO). Foram incluídos no estudo 22 adolescentes com excesso de peso e idades entre 10 e 18 anos. Foram realizadas avaliações antropométricas, composição corporal, aptidão física, frequência cardíaca de repouso e parâmetros bioquímicos. Foi avaliado o desenvolvimento puberal e o estágio de prontidão para mudança no comportamento usando o questionário “Stage of Change” (SOC), além disso, foi avaliado a qualidade de vida relacionada à saúde usando o questionário genérico PedsQLTM 4.0. Foram avaliadas, após 16 semanas de intervenção, a taxa de sucesso atingida de acordo com os critérios/pontos de corte propostos por Nardo Junior et al. seguindo quatro possibilidades de determinação do sucesso e separados em dois grupos (sucesso vs não sucesso). A taxa de sucesso foi associada ao sexo, idade biológica, idade cronológica e estágio de prontidão para mudança no comportamento alimentar e atividade física. A associação foi verificada pelo teste Qui-quadrado 2x2 e Qui-quadrado de tendência. Após isso foi comparada com os resultados após três semestres de intervenção para os adolescentes que obtiveram e os que não obtiveram sucesso em 16 semanas. Foi utilizado o teste Analysis of Variance (ANOVA) de medidas repetidas e a ANOVA mista de medidas repetidas para comparação entre os três momentos do estudo. Quando obsevou-se diferenças no baseline, foi usado esse momento como covariável e os fatores comportamentais associados com o sucesso em 16 semanas observados no estudo 1 foram também usados como covariáveis. A significância foi pré-estabelecida em p<0,05. Foi aplicada a análise de inferências práticas baseadas em magnitudes. Três semestres de intervenção são capazes de promover melhoras sobre IMC, escore Z do IMC, flexibilidade, força/resistência abdominal, força de preensão manual, aptidão cardiorrespiratória, gordura corporal absoluta e relativa, massa magra, CC, PAD, LDL-c, HDL-c, VLDL-c, TG, FRSM e domínio físico da QVRS, além disso, os critérios EsSu-ACCO (Escore de sucesso – critério antropometria e composição corporal) e EsSu-GORD (Escore de sucesso – critério gordura corporal) foram associados a estágios mais avançados de prontidão para mudança do comportamento em relação à quantidade de gordura da dieta, consumo de frutas e vegetais, aumento da atividade física e a combinação de todos os domínios do questionário SOC (p<0,05). No que diz respeito ao sucesso atingido quando levado em consideração o critério EsSu-PMTO (Escore de sucesso – critério global), nenhuma associação significativa foi observada, no entanto, o sexo e a idade cronológica apresentaram associações próximas do nível de significância (p <0,10) com este critério de sucesso. Independente do critério de sucesso em 16 semanas aplicado, o grupo que obteve sucesso apresentou melhoras em um número maior de parâmetros em comparação com o grupo que não apresentou sucesso. Os parâmetros que mais melhoraram no grupo que obteve sucesso em comparação ao grupo que não obteve foram os fatores de risco para síndrome metabólica, e a análise de inferências práticas confirmou esses achados, tendo em vista que nos grupos sem sucesso o número de parâmetros “inconclusivos” foi maior. Nosso estudo observou que três semestres de intervenção multiprofissional foram benéficas para mudanças na composição corporal, aptidão física, parâmetros metabólicos e qualidade de vida relacionada à saúde e que atingir o sucesso em 16 semanas de intervenção pode ser um indicativo de melhores resultados em longo prazo de intervenção multiprofissional. O sucesso atingido nos critérios EsSu-ACCO e EsSu-GORD se associaram aos estágios mais avançados de prontidão para mudança do comportamento. Não foram observadas associações com o critério EsSu-PMTO.