Resumo

O conceito de qualidade de vida é um termo bastante amplo e subjetivo, e que segundo a OMS, abrange as áreas física, psicológica, social e ambiental, dentre outros elementos. Vários estudos mostram que a qualidade de vida está diretamente relacionada com a prática regular de atividades físicas, podendo proporcionar melhora na autoestima, nas variáveis de saúde, diminuição de estresse, entre outros benefícios. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de dez meses de um programa sistematizado de exercícios físicos na qualidade de vida de adultos e idosos. Participaram do estudo 43 sujeitos (61±8,6 anos), sendo 35 do sexo feminino, frequentadores do projeto oferecido pelo Departamento de Educação Física da UNESP, Campus de Bauru, composto por 40 a 50 minutos de caminhada, dentro da zona alvo de frequência cardíaca correspondente a 40-60% do VO2MAX, seguido de 30 minutos de treinamento multicomponente, que combina exercícios de força, coordenação, equilíbrio, agilidade, flexibilidade e atividades recreativas. Para a avaliação dos sujeitos, foi aplicado o questionário fechado WHOQOL-BREF, antes e após o programa. O instrumento da pesquisa contém 26 questões, sendo duas sobre qualidade de vida de forma geral e as demais subdivididas em quatro domínios: físico, psicológico, social e ambiental. Os resultados foram submetidos ao teste de Shapiro Wilk e não apresentaram distribuição normal, motivo pelo qual optou-se por teste não-paramétrico (Wilcoxon) para comparação dos valores pré e pós programa. Os resultados indicaram que houve melhora significativa em cinco questões, sendo elas na dimensão física: redução da percepção da dor (p=0,010); na psicológica: aumento da satisfação pessoal (p=0,004) e diminuição da frequência de sentimentos negativos (p=0,018); e na ambiental, relacionado ao ambiente físico (p=0,013) e a satisfação com o meio de transporte (p=0,006). O efeito de dez meses de intervenção possibilitou a melhora de três das quatro dimensões avaliadas, a redução da dor pode facilitar a realização das atividades diárias; a melhora da dimensão psicológica reflete na autoestima e no humor; enquanto que a percepção ambiental está associada com a mudança de ambiente, quando passaram a frequentas as dependências da universidade. Por fim, o programa promoveu melhora da qualidade da população avaliada.

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