Avaliação de Um Programa Regular de Atividade Física Sobre os Custos Médico-hospitalares de Uma Empresa de Serviços de Saúde
Por Paula Keiko Mitsunaga (Autor), Sérgio Roberto de Lucca (Autor), Djalma de Carvalho Moreira Filho (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Trabalho v. 16, n 2, 2018.
Resumo
INTRODUÇÃO: O efeito protetor da prática regular de atividade física na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis e dos custos médico-hospitalares é bem estabelecido na literatura. No entanto, o Brasil carece de estudos que avaliem os impactos financeiros de programas que incentivem a prática de atividade física no trabalho.
OBJETIVOS: Avaliar o impacto financeiro de um programa de incentivo à prática regular de atividade física sobre os custos médico-hospitalares de uma empresa privada de serviços de saúde.
MÉTODOS: Os custos médios per capita com o plano de saúde da empresa foram acompanhados por um ano e comparados no que diz respeito aos trabalhadores que praticaram atividade física com frequência suficiente e os que não aderiram ao programa. Os pares de comparação foram homogeneizados de acordo com a idade, o sexo e o tempo de empresa.
RESULTADOS: Dos 3.744 trabalhadores com acesso ao programa, apenas 80 praticaram atividade física 2 vezes por semana ou mais. O custo médio per capita foi R$ 2.874 (DP=5.259) em 1 ano, R$ 125,00 a mais do que para os que não praticaram (p=0,88). Aqueles que praticaram atividade física 3 vezes ou mais por semana (n=32) apresentaram custo médio per capita de R$ 3.635 (DP=6.994) em 1 ano, R$ 1.901 a menos do que os pares que não praticaram (p=0,34).
CONCLUSÕES: O estudo não permite afirmar que houve redução dos custos médico-hospitalares dos participantes do programa. Maior tempo de seguimento e ajustes no desenho do projeto são necessários para avaliar seu impacto.