Avaliação do Assoalho Pélvico de Atletas: Existe Relação com a Incontinência Urinária?
Por Maíta Poli de Araujo (Autor), Tathiana R Parmigiano (Autor), Laura Grechi Della Negra (Autor), Luiza Torelli (Autor), Camila Garcia de Carvalho (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 21, n 6, 2015. 5 Páginas.
Resumo
Introdução: O assoalho pélvico feminino é formado por um conjunto de músculos, fáscias e ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos (bexiga, ânus e vagina). A lesão destas estruturas, devido à idade avançada e parto podem levar à incontinência urinária. Entretanto, ainda não se sabe se o exercício de alta intensidade é capaz de lesar este conjunto músculo-aponevrótico, levando à incontinência urinária. Objetivo: Comparar a capacidade de contração dos músculos do assoalho pélvico entre mulheres sedentárias e atletas de elite, e verificar se existe associação com a ocorrência de incontinência urinária durante a atividade física. Métodos: Estudo caso-controle que incluiu 93 mulheres (49 atletas e 44 sedentárias) convidadas a responder o questionário “
International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form” e realizar avaliação funcional do assoalho pélvico. As atletas (grupo caso) eram praticantes de corrida de longa distância, basquete e ginástica olímpica. As sedentárias (grupo controle) realizavam menos de 150 minutos por semana de atividades moderadas ou vigorosas. A aferição da pressão de contração foi feita por meio de um perineômetro digital de precisão. Resultados: Os grupos foram homogêneos quanto à idade e índice de massa corpórea. As atletas apresentaram maiores valores de pressão vaginal máxima (70,1±2,4 cmH 2 O) quando comparadas às sedentárias (34,3±1,7 cmH 2 O), (p<0,001). As atletas praticantes de basquete tiveram os maiores valores da pressão vaginal máxima (77,2 cmH 2 O) quando comparadas às ginastas (65,5 cmH 2 O) e corredoras (65,4 cmH 2 O). A prevalência de incontinência urinária nas atletas foi de 76% e somente 16% nas sedentárias (p=0,005). Conclusão: Embora a capacidade de contração do assoalho pélvico em atletas de elite seja superior às sedentárias, a prevalência de incontinência urinaria foi elevada neste grupo de praticantes de esporte de alto rendimento e alto impacto.