Resumo

Tão relevante quanto aspectos físicos, fisiológicos, técnicos e táticos, o desenvolvimento de aspectos cognitivos é fundamental para que o atleta alcance o melhor desempenho esportivo. Compreender o papel das funções executivas no contexto esportivo pode ser de grande valia para o desenvolvimento do atleta. O futsal é uma modalidade esportiva aberta que exige maior inibição e flexibilidade cognitiva para o ajuste de movimentos em resposta às mudanças no ambiente, além disso, depende de um bom desenvolvimento anaeróbico e aeróbico, capacidades motoras que conseguem influenciar o desenvolvimento das funções executivas de forma direta e indireta. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo avaliar o desempenho cognitivo e físico de atletas de futsal feminino, e comparar os resultados entre as categorias sub-20 e adulto. Participaram do estudo 21 atletas do futsal feminino, agrupadas de acordo com a categoria: Sub-20 (n=11; 17,91 ± 1,14 anos; 55,05 ± 7,33 kg; 15,71 ± 5,25 %Gordura), e Adulta (n=10; 23,20 ± 4,69 anos; 60,81 ± 5,44 kg; 22,02 ± 4,89 %Gordura). As coletas de dados incluíram: avaliação antropométrica e da composição corporal, testes cognitivos (controle inibitório –Tarefa de Flanker; flexibilidade cognitiva – Teste de Trilhas A e B, TMT), avaliação da potência aeróbia (Yo-Yo test) e da potência anaeróbia (Running-Based Anaerobic Sprint Test - RAST). As análises conduzidas no programa estatístico JASP 0.14.1 revelaram que não houve diferença significativa entre o desempenho cognitivo na tarefa Flanker e teste de trilhas (p>0,05), nem no desempenho físico, capacidade aeróbia e potência anaeróbia (p>0,05) entre as categorias sub-20 e adulto. O teste t pareado, utilizado para avaliar o desempenho geral da equipe, demonstrou que na tarefa de Flanker havia diferença significativa (p=0,0006) entre o tempo de reação da tarefa congruente que foi menor comparado a tarefa incongruente. No teste de trilhas as atletas apresentaram um desempenho significativamente (p<0,001) melhor no tempo de execução do TMT-A (etapa mais fácil) quando comparado ao TMT-B (etapa mais difícil). Em relação ao VO2máx a média da equipe foi de 42,21 ± 1,25 ml.kg.min-1. Com base na capacidade aeróbica, a maioria das atletas obteve classificação média (50%). As atletas apresentaram índice fadiga de 5,76 ± 2,69%. As variáveis de desempenho cognitivo e desempenho físico não se correlacionaram significativamente (p>0,05). Conclui-se que em relação ao controle inibitório, flexibilidade cognitiva, capacidade aeróbia e potência anaeróbia, não existe diferença significativa entre as atletas de futsal das categorias sub-20 e adulto

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