Avaliação do desempenho muscular dos flexores e extensores do joelho em atletas do futsal feminino
Por Jaqueline Silva Sousa (Autor), Danielle Garcia de Araújo (Autor), Erika Baptista Gomes (Autor), Claudia Dias Leite (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
O desequilíbrio entre a musculatura flexora e extensora do joelho pode ser um fator predisponente para lesão de joelho em atletas de futsal, visto que possuem um papel importante durante os gestos esportivos (Torres et al., 2021). Objetivos: Avaliar o desempenho dos músculos flexores e extensores de joelho em atletas do futsal feminino. Referencial teórico: O chute é um movimento complexo, no qual os músculos dos membros inferiores precisam oferecer força e potência, principalmente o quadríceps femoral e os isquiotibiais, que são primordiais para execução de chutes, saltos, desarmes e mudanças de direção (Andrade et al., 2021). A relação de pico de torque I:Q é um índice que avalia a estabilização do joelho e pode ser extremamente útil no processo de prevenção, reabilitação ou melhora da performance para a atleta. Materiais e métodos: Estudo transversal com abordagem descritiva quantitativa no qual participaram 42 mulheres atletas de futsal (idade = 22,80 ± 6,70 anos, estatura = 161,95 ± 5,07 cm, massa corporal = 58,74 ± 8,87 kg). Para mensurar o desempenho muscular utilizou-se o dinamômetro isocinético Biodex – System 3. Inicialmente a atleta realizou uma atividade preparatória no cicloergômetro (Monark) durante 5 minutos com 60 Watts, numa cadência de 60 repetições por minuto (Ernesto et al., 2009). Em seguida, foi conduzida uma familiarização com equipamento, na qual a atleta realizou 3 contrações musculares para flexão e extensão do joelho. O protocolo experimental consistiu em 5 contrações musculares máximas de flexão e extensão do joelho, com ação muscular concêntrica (con-con) para quadríceps e isquiotibiais, na velocidade angular de 60°/s (força muscular). Durante a realização do teste, todas as atletas foram encorajadas visualmente e verbalmente para que a força máxima fosse atingida. Foram mensurados o pico de torque (PT), trabalho total (TT) e a relação agonista/antagonista (RAA). Os dados foram analisados através do programa SPSS 21.0 para Windows, no qual foram realizados os testes de normalidade (ShapiroWilk), e o teste t de Student pareado. O nível de significância adotado foi dep<0,05. Resultados e Discussão: Observou-se uma diferença significativamente maior no membro inferior dominante (MID) em relação ao PT ( = 7,89 Nm.kg-1; p < 0,001; d = 0,55) e TT ( = 42,14 J.kg-1; p = 0,002; d = 0,52) para flexão Δ Δ do joelho quando comparado ao membro não dominante (MIND). Não houve diferença dessas variáveis para extensão do joelho. A assimetria entre os membros indicou risco elevado para lesão no PT (10,52%) e TT (10,23%) para extensão, e TT para flexão (11,58%). A RAA também demonstrou diferença significativa sendo maior no MID (51,31 ± 7,98%) quando comparado ao MIND (48,25 ± 9,48%; p = 0,02; d = 0,37). Além disso, análises adicionais demonstraram que 22 (52%) atletas apresentavam assimetria entre os membros inferiores no PT. Dessas 9 (41%) apresentavam déficit para flexão e extensão, 6 (27%) somente na flexão, e 7 (32%) somente na extensão. Já para o TT 28 (67%) as atletas apresentavam assimetria entre os membros inferiores, sendo 13 (47%) na flexão e extensão, 11 (39%) somente na flexão e 4 (14%) somente na extensão. Fonteles et al. (2014) avaliaram o desempenho muscular de 10 atletas profissionais de futsal feminino e encontraram que o PT flexor do MID foi significativamente maior que o do MIND, mas sem diferença entre os membros no PT extensor. Barcelos, Teixeira e Lara (2018) avaliaram 12 atletas amadoras de futsal feminino não encontram diferença significativa entre o MID e o MIND no PT, TT, potência e RAA. Conclusão: As atletas de futsal apresentaram uma leve assimetria entre o membro inferior dominante e não dominante, além de um desequilíbrio muscular no membro inferior não dominante, o que indica um maior risco de lesão do joelho