Resumo
O estado de hidratacao tem influencia direta no desempenho em atividades prolongadas em ambiente quente, no entanto, os metodos para sua avaliacao se mostram contraditorios. O objetivo desse estudo foi verificar o estado de hidratacao de corredores de rua em decorrencia de uma prova oficial de meia maratona e se as variaveis urinarias e as alteracoes de massa corporal (MC) sao capazes de avaliar o estado agudo de hidratacao quando comparados com a osmolalidade lasmatica (Posm). Foram avaliados 14 corredores de rua, homens, amadores (29 } 4 anos, VO2max: 54,3 } 5,5 mL.kg-1.min-1) antes e apos uma corrida de 21,1 km com temperatura seca de 25,07 } 2,13 C e umidade relativa do ar de 54,7 } 2,2%. O controle de ingestao de agua durante a prova ocorreu atraves de garrafas numeradas fornecidas nos postos de hidratacao localizados nos km 0 -, 2,5, - 5,0 -, 7,5 -, 10,5 -, 14,0 -, 16,0 e 18,5 e o estado de hidratacao foi avaliado atraves das analises urinarias: gravidade especifica (GEU), osmolalidade (Uosm), [Na+], [K+]), das variaveis plasmaticas: ¢ do volume plasmatico, osmolalidade (Posm), [Na+] e [K+]). Alem disso, foi verificado o ¢ da MC comparando antes e apos a corrida. Os corredores completaram o percurso com um tempo medio de 111,9 } 9,5 minutos, consumiram 0,82 } 0,40 L (0,45 } 2,3L.h-1) de agua e suaram 2,67 } 0.23L (1,44 } 0,18 L.h-1) durante a prova. Foi observada alteracao, antes e apos a prova, da Posm (288 } 4 vs 296 } 6 mOsm.kg-1 (p<0,01), ¢ do volume plasmatico (-9,79 } 4,6%) e [Na+] (pre: 136 } 2; pos: 142,5 } 8,2 mEq.L-1; p<0,05), acompanhada de uma reducao de 1,86 } 0,40 kg (2,4 } 0,39%; p<0,05) da MC, indicando ao final, um estado de hipohidratacao. A (K+)plasma nao foi diferente entre esses dois mmentos (3,6 } 0,5 vs 3,4 } 0,6 mEq.L-1; p>0,05). A GEU nao foi diferente entre os momentos pre e pos corrida (1018 } 8 vs 1018 } 6 g.mL-1; p>0,05), assim como a Uosm (595 } 291 vs 513 } 215 mOsm.kg-1; p>0,05), bem como a [K+]urina (38 } 24 vs 45 } 16 mEq.L-1; p>0,05). Por sua vez, a [Na+]urina foi significativamente menor no periodo pos-exercicio (110 } 51 vs 72 } 54 mEq.L-1, p<0.01). Em conclusao, a GEU e a Uosm nao apresentaram o estado real de hidratacao dos corredores de rua apos a meia maratona, uma vez que elas nao indicaram um estado de hipohidratacao que foi observado pela Posm. A Posm e ¢MC indicaram o estado de hipohidratacao ao final doexercicio. Esses resultados mostram que o ¢MC e um metodo pratico e parece ser suficientemente sensivel para avaliar o estado de hidratacao.