Resumo
A natação é um dos desportos mais praticados no mundo, sendo um dos mais completos, que desenvolve capacidades físicas e oferece uma série de benefícios. Compostos de cloro usados para a desinfecção de piscinas reagem com matéria orgânica, resultando em subprodutos na superfície da água, que são inalados e podem gerar efeitos potencialmente prejudiciais aos seres humanos. Desta forma, levanta-se a hipótese que pode haver uma relação causal entre as exposições regulares de bebês nadando em piscina clorada e repercussões na saúde respiratória infantil. O nosso objetivo foi avaliar a relação entre a prática de natação em piscina clorada na primeira infância e o risco de asma em crianças e adolescentes. Conduzimos esta revisão sistemática em conformidade com as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses (PRISMA). O protocolo de revisão foi registrado no Registro Prospectivo Internacional de Revisões Sistemáticas (PROSPERO), sob o registro CRD42021291850. Foram realizadas consultas no idioma inglês nas seguintes bases de dados eletrônicas: Pubmed, Chocrane, Google scholar e Sciencedirect, no período de 2003 a 2020. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada quanto ao risco de viés usando as ferramentas do Cochrane's Bias Methods Group disponíveis em seu manual. Quatro de um total de 6.865 estudos foram inseridos na metanálise com 4.058 indivíduos e 310 eventos de asma (2.365 no grupo exposição e 1.693 no grupo controle). O efeito combinado expresso como OR para asma em todos os estudos incluídos foi igual a 1,09 (IC 95%: 0,67-1,77; p =0,740). Os efeitos dos estudos individuais apresentaram um nível moderado de heterogeneidade (Q=5,31, d.f.=3, p=0,15; I2=43,5%). Nesta revisão sistemática com meta-análise não foi encontrado nenhum artigo que tenha concluido claramente a existência de uma associação entre natação na infância e o desenvolvimento de asma. Além disso, a meta-análise também não identificou nenhuma associação entre a exposição e o desfecho estudado.