Avaliação de Fatores de Risco Cardiovascular em Praticantes de Atividade Física Não Orientada
Por Daniel Cia Koike (Autor), Victor Castellan do Nascimento (Autor), Rafael Crevelenti Zucco (Autor), Thiago Mamprim Galimbertti (Autor), Tiago Mota Marques (Autor), Rogério Brandão Wichi (Autor).
Em Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte v. 7, n 3, 2008.
Resumo
A prática de atividade física é recomendada como terapia não farmacológica na prevenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No entanto, os benefícios dessa prática dependem de uma orientação adequada. Logo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de fatores de risco cardiovascular, a existência de recomendação médica para a realização de atividade física e a prática que vem sendo adotada em usuários de um parque público do município de São Paulo. Os praticantes (21 homens e 25 mulheres) foram convidados a responder um questionário sobre a presença de fatores de risco, tipo, duração, intensidade e frequência de realização de atividade física. Os resultados demonstraram que das 46 pessoas avaliadas, 63% apresentavam 2 ou mais fatores de risco associados. Os fatores mais prevalentes foram o tabagismo, histórico familiar, diabetes mellitus e elevado índice de cintura quadril. A maioria dos usuários (76%) não possuía recomendação médica para a prática de exercício físico. Além disso, foi verificado que entre todos os praticantes apenas 17% realizavam atividade física conforme recomendações mínimas para benefício cardiovascular (atividade moderada, 30 minutos por sessão, ao menos 3 vezes por semana). Além disso, foi observado que 6,5% praticavam exercício com alta intensidade. Tais dados sugerem que, embora a atividade física venha sendo recomendada no tratamento e na prevenção das doenças cardiovasculares, falta orientação à população que frequenta o parque público, como espaço alternativo para realizar tal prática. Dessa forma, a realização de atividade física não supervisionada pode não proporcionar benefícios reais para a diminuição dos fatores de risco cardiovascular na população.