Resumo

O presente estudo teve como objetivo geral analisar o comportamento do impacto durante a marcha de sujeitos amputados unilaterais de membro inferior, usuários de próteses, com níveis de amputação transfemoral e transtibial. Também foi objetivo do estudo analisar durante o ciclo da marcha a vibração imposta ao membro íntegro e ao membro com prótese. Foram selecionados 15 sujeitos de ambos os gêneros sendo cinco amputados transtibiais e dez amputados transfemorais. As coletas iniciaram após a assinatura do termo de consentimento, seguindo para o preenchimento da Entrevista Pessoal Estruturada para a aquisição de informações como o tempo de amputação, tempo protetização, adaptação, entre outros aspectos. Após, foram realizadas as mensurações antropométricas (massa e estatura) e na sequência a avaliação da marcha. Para a avaliação das vibrações que chegam ao aparelho locomotor foi utilizado um sistema de acelerometria contendo dois acelerômetros uniaxiais (Brüel Kjӕr modelo 4507®) e um software de aquisição de dados G-power versão 0.5.3 que possibilitou uma frequência de aquisição 1000 Hz. Os acelerômetros foram fixados um em cada membro inferior tíbia/prótese. Foram realizadas 10 aquisições com os sujeitos caminhando em velocidade habitual numa passarela de 9 metros. Foram analisados os Picos de Aceleração e a Média RMS de cada passada. O tratamento estatístico consistiu inicialmente de análise exploratória dos dados e após aplicadas análises de variância (ANOVA) para as variáveis PA e RMS entre as categorias: membro íntegro (MI), membro amputado (MA) e níveis de amputação. O nível de confiança adotado para todas as comparações foi 95%. Os resultados apresentaram diferenças significantes entre o MI e MA nos dois níveis de amputação o que representa a assimetria na marcha dos amputados (p = 0,01). Também foram encontradas diferenças estatísticas significantes entre MA dos amputados transtibiais (1,93 g) e transfemorais (1,42 g) na variável Pico de Aceleração (p = 0,01) e para a Média RMS esta diferença apresentou-se para o MI e MA (p = 0,01). Também foram verificadas as correlações existentes entre o Pico de Aceleração X Velocidade e RMS X Velocidade e ambas apresentaram fraca correlação (R² < 0,3). Foi possível concluir que a marcha dos sujeitos avaliados apresentava-se assimétrica e o treinamento da marcha durante a reabilitação deve enfocar na correção desta assimetria para evitar sobrecargas nos membros inferiores.