Resumo

Esta pesquisa foi subdividida em dois estudos distintos: estudo 1 ? teve como objetivo comparar os parâmetros de avaliação isocinética dos músculos flexores (F) e extensores (E) de joelho como: pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência máxima (PTM) e índice de fadiga (IF), bem como analisar as diferenças desses parâmetros isocinéticos entre os membros direito e esquerdo considerando as posições de jogo. Participaram deste estudo 78 atletas de futebol, que foram agrupados de acordo com a posição em campo de jogo (goleiros (GO), n=7; zagueiros (ZA), n=14; laterais (LA), n=16; volantes (VO), n=11; meio campo (MC), n=14; atacantes (AT), n=16). Estudo 2 ? teve o propósito de analisar o comportamento da relação de equilíbrio muscular entre F e E de joelho considerando os parâmetros de PT durante o macrociclo de treinamento da temporada de 2001. Fizeram parte deste estudo 15 atletas de futebol que foram avaliados sistematicamente ao longo da temporada de 2001, em quatro momentos distintos, M1, M2, M3 e M4, ao final de cada período do mesociclo de treino. A avaliação isocinética concêntrica dos músculos F e E de joelho foi realizada em um dinamômetro isocinético da marca Cybex®, modelo Norm? 6000 (CSMI, USA), seguindo as orientações do manual de padronização, Sistema de Teste e Reabilitação. A análise dos dados foi realizada a partir de estatística não-paramétrica sendo os valores expressos em mediana e semi-amplitude interquartílica a partir do empregado do pacote estatístico StatisticaTM 6.0® (STATSOFT INC., USA). A significância estatística adotada foi de p<0,05. Os resultados demonstram que as diferenças entre as posições de jogo para os parâmetros isocinéticos PT, TT, PTM e IF não foram determinantes para caracterização dos jogadores por posição, uma vez que os atletas investigados apresentaram homogeneidade em relação aos valores obtidos para os parâmetros isocinéticos. Quanto a comparação entre membros direito e esquerdo, os valores de PT, TT, PTM e IF dos músculos F e E do joelho nas diferentes posições de jogo foram semelhantes, o que parece ter ocorrido como conseqüência da compensação induzida pelo treinamento. Por fim, a relação de equilíbrio muscular (REF) entre F e E demonstrou ser sensível as modificações oriundas do treinamento, uma vez que os valores de PT da RFE do joelho direito e esquerdo durante a temporada de 2001 aumentou significantemente (~7 % e ~6 % respectivamente) entre o M1 e o M2, aumento este que se manteve até o M3 (~7% e ~6 %, respectivamente), embora tenha sido constatado uma queda na RFE do joelho direito e esquerdo após o M3 do estudo. Esses achados sugerem que o trabalho de força conduzido ao longo da temporada de 2001 não foi suficiente para manter os níveis de força elevados durante a fase competitiva, o que indica a necessidade de manutenção dos trabalhos de força mesmo na fase competitiva.

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