Resumo

Este estudo investigou os modelos de avaliação utilizados pelos profissionais da área de Educação Física Adaptada para pessoa portadora de deficiência mental, nas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) da região de Campinas, Estado de São Paulo, bem como verificou se, nos programas de atenção aos deficientes mentais, a avaliação em Educação Física foi devidamente considerada. As informações obtidas por meio de entrevistas semi-estruturadas proporcionaram subsídios para uma reflexão a respeito do tema e revelaram que as avaliações realizadas nas APAEs da região de Campinas, pelos profissionais da área de Educação Física Adaptada, salvo exceção, são efetuadas através de observação informal, não criteriosa e não sistemática. Os dados fornecidos por essas observações não são utilizados pelos profissionais para elaborar um programa educacional adequado a essa clientela. Observou-se que os profissionais de Educação Física dessas instituições carecem de embasamento teórico mais consistente na área, que Ihes forneça respaldo e segurança para atuar junto ao deficiente. Torna-se necessária também a realização de uma auto-avaliação que indique com precisão as dificuldades profissionais que enfrentam, bem como as limitações dos procedimentos utilizados. Ficou comprovada, também, a necessidade cada vez maior de as Faculdades de Educação Física contemplarem, em seus curricula, disciplinas que abordem questões relacionadas às pessoas portadoras de deficiências. A maioria dos indivíduos entrevistados sugere sejam oferecidos mais cursos na área da Educação Física Adaptada, para todos os profissionais interessados numa reciclagem ou aperfeiçoamento. Apontamos neste trabalho uma proposta de avaliação baseada no comportamento adaptativo, que poderá servir como caminho para futuras investigações dos profissionais da área de Educação Física Adaptada, de acordo com o conceito de deficiência mental adotado pela American Association on Mental Retardation (A.A.M.R.) in Luckasson et allii (1992).

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