Avaliação Muscular Isocinética da Articulação do Joelho em Atletas das Seleções Brasileiras Infanto e Juvenil de Voleibol Masculino
Por Natalia Franco N. Bittencourt (Autor), Giovanna Mendes Amaral (Autor), Marco Túlio Saldanha dos Anjos (Autor), Rogério Dalessandro (Autor), Anderson Aurélio da Silva (Autor), Sérgio Teixeira da Fonseca (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 11, n 6, 2005. Da página 331 a 336
Resumo
O salto vertical é inerente à prática do voleibol e demanda grande capacidade de geração de força e trabalho da musculatura envolvida, principalmente do músculo quadríceps. Devido a esta demanda, desequilíbrios entre os músculos extensores e flexores podem estar presentes, levando à sobrecarga das estruturas musculotendíneas da articulação do joelho. Sendo assim, torna-se necessário o estabelecimento de parâmetros de função muscular relacionados a esta articulação em atletas de voleibol. Portanto o objetivo do presente estudo foi avaliar, através de dinamometria isocinética, torque máximo, trabalho máximo, razão agonista/antagonista e índice de fadiga de flexores e extensores de joelho em duas categorias do voleibol. Os testes isocinéticos de flexão e extensão do joelho foram realizados no modo concêntrico-concêntrico, na posição sentada, nas velocidades de 60 e 300º/s em 36 atletas (20 da categoria Infanto-Juvenil e 16 da Juvenil). Os dados possibilitaram estabelecer parâmetros de função muscular da articulação do joelho em atletas das Seleções Brasileiras Infanto-Juvenil e Juvenil de Voleibol Masculino do ano de 2003. Estes atletas apresentaram valores de torque máximo e trabalho máximo normalizados pela massa corporal para quadríceps superiores às médias da população de atletas e não-atletas. Quando comparadas as categorias, os atletas juvenis apresentaram significativamente valores maiores de razão agonista/antagonista e trabalho máximo de flexores de joelhos na velocidade de 60°/s. Além disso, a razão agonista/antagonista foi inferior ao valor de referência esperado em ambas as categorias, caracterizando a predominância da musculatura extensora sobre a flexora. O índice de fadiga encontra-se próximo ao esperado para a maior parte dos atletas. O presente estudo pode servir de base para comparações em futuros estudos que avaliem a função muscular isocinética de atletas de voleibol.