Resumo

A percepção corporal e o comportamento alimentar são influenciados por fatores biosocioculturais, aspectos psicológicos e econômicos. Em adolescentes atletas, vulneráveis às influências e pressões, a percepção alterada da autoimagem poderá leválos à adoção de práticas alimentares inadequadas. Os objetivos deste estudo foram verificar a presença de insatisfação e de alterações na percepção corporal e avaliar o consumo energético e a qualidade da dieta. Avaliaram-se 20 jogadoras de voleibol, adolescentes, quanto à antropometria (IMC para a idade, percentual de gordura), insatisfação e percepção da imagem (pela escala de Insatisfação Corporal de Adolescentes e Escala de Silhuetas) e ingestão alimentar (por meio do Recordatório-24h e Índice de Qualidade da Dieta- IQD). A maioria (65%) foi classificada como eutrófica segundo o IMC/I, embora 70% tenham apresentado percentual de gordura elevado. Por meio da escala de silhuetas, encontrou-se que 55% das atletas estão insatisfeitas, seis desejavam uma silhueta maior e cinco, menor. Quanto ao IQD, 85% das atletas necessitam de modificações em suas dietas e/ou são inadequadas. Não foi observada correlação entre IQD e o escore de insatisfação corporal (r-0,215; IC95%0,600‑0,251). O sub‑relato foi identificado em 75% das atletas e, dessas, 80% apresentaram déficit energético ≥10% em relação ao gasto estimado. Conclui-se que há insatisfação com a imagem corporal e que o consumo energético é insuficiente para a maioria das atletas. Qualitativamente a dieta é semelhante à relatada em outros estudos com adolescentes, caracterizando-se pelo baixo consumo de hortaliças, leite e derivados e frutas.

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