Avaliação Oftalmológica em Jogadores Profissionais de Futebol no Brasil
Por Aline Sutili Toledo (Autor), Gustavo Gonçalves Arliani (Autor), Paulo Henrique Schmidt Lara (Autor), Rodrigo Kallas Zogaib (Autor), Moisés Cohen (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 25, n 4, 2019.
Resumo
Introdução:
O futebol é o esporte mais popular no Brasil e no mundo, mas há dados insuficientes quanto à saúde ocular dos jogadores, o que pode exercer um impacto no bem-estar e desempenho desses atletas.
Objetivo:
Realizar uma avaliação oftalmológica em uma amostra significativa de jogadores profissionais de futebol do Brasil.
Métodos:
Esse foi um estudo transversal realizado durante quatro anos consecutivos (2009-2012) em um único clube de futebol profissional no Brasil. A avaliação oftalmológica foi realizada pelo mesmo médico oftalmologista em cada amostra. Antes da avaliação oftalmológica, todos os participantes preencheram um questionário que fornecia os seguintes dados: idade, posição, uso de lentes de contato ou medicamentos oftalmológicos, sintomas, cirurgia oftalmológica prévia e data da última avaliação oftalmológica. Durante o exame oftalmológico, foram avaliados: acuidade visual, pressão intraocular (PIO) e visualização das cores, além disso, também foram realizados exames de oftalmoscopia e biomicroscopia.
Resultados:
Cento e vinte avaliações oftalmológicas bilaterais foram realizadas em 84 jogadores profissionais de futebol entre 2009 e 2012. Pinguécula e pterígio foram as condições mais comuns encontradas na biomicroscopia dos atletas, correspondendo a 63% (38/60) e 17% (10/60) das alterações, respectivamente. Na avaliação do senso cromático, apenas um atleta era daltônico. Não houve associações significativas entre a posição dos atletas e os resultados da biomicroscopia e oftalmoscopia.
Conclusão:
Apesar da alta prevalência de alterações encontradas na avaliação oftalmológica, a maioria das alterações refrativas não exigiram correção e as alterações na biomicroscopia eram na maioria das vezes benignas. Nível de evidência III; Estudo de pacientes não consecutivos.