Resumo

Introdução:

O futebol é o esporte mais popular no Brasil e no mundo, mas há dados insuficientes quanto à saúde ocular dos jogadores, o que pode exercer um impacto no bem-estar e desempenho desses atletas.

Objetivo:

Realizar uma avaliação oftalmológica em uma amostra significativa de jogadores profissionais de futebol do Brasil.

Métodos:

Esse foi um estudo transversal realizado durante quatro anos consecutivos (2009-2012) em um único clube de futebol profissional no Brasil. A avaliação oftalmológica foi realizada pelo mesmo médico oftalmologista em cada amostra. Antes da avaliação oftalmológica, todos os participantes preencheram um questionário que fornecia os seguintes dados: idade, posição, uso de lentes de contato ou medicamentos oftalmológicos, sintomas, cirurgia oftalmológica prévia e data da última avaliação oftalmológica. Durante o exame oftalmológico, foram avaliados: acuidade visual, pressão intraocular (PIO) e visualização das cores, além disso, também foram realizados exames de oftalmoscopia e biomicroscopia.

Resultados:

Cento e vinte avaliações oftalmológicas bilaterais foram realizadas em 84 jogadores profissionais de futebol entre 2009 e 2012. Pinguécula e pterígio foram as condições mais comuns encontradas na biomicroscopia dos atletas, correspondendo a 63% (38/60) e 17% (10/60) das alterações, respectivamente. Na avaliação do senso cromático, apenas um atleta era daltônico. Não houve associações significativas entre a posição dos atletas e os resultados da biomicroscopia e oftalmoscopia.

Conclusão:

Apesar da alta prevalência de alterações encontradas na avaliação oftalmológica, a maioria das alterações refrativas não exigiram correção e as alterações na biomicroscopia eram na maioria das vezes benignas. Nível de evidência III; Estudo de pacientes não consecutivos.

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