Resumo

As situações estressoras da competição podem provocar reações emocionais positivas que facilitam o rendimento esportivo, ou reações negativas, que o prejudicam. A interpretação das situações estressoras varia de acordo com diversos aspectos, dentre outros, a faixa etária dos jogadores. O estudo teve como objetivo verificar se existem diferenças na interpretação da direção e intensidade das situações estressoras específicas do futebol entre jogadores adultos e sub-20 anos. A amostra foi composta por 280 homens, que jogam em 28 times de futebol de Brasília-DF nos campeonatos regionais de 2006: profissional e amador. O instrumento utilizado foi o Inventário de Fatores de Estresse–ISF. Os resultados indicam que de acordo com a direção, as Situações de Competição foram percebidas como positivas, enquanto as Situações de Fracasso, iminente ou real, e as Situações de Demandas, física e psicológica, foram percebidas como negativas. Em relação à intensidade do estresse, foram encontradas diferenças significativas somente nas Situações de Competição, consideradas pelos jogadores sub-20 como eliciadoras de uma influência mais positiva sobre seu rendimento esportivo quando comparados com os adultos t(114)=-3,82, p=0,02e-2 (bicaudal), efeito de média intensidade r=0,34. Esses resultados estão influenciados pela posição tática na qual o jogador atua, pois os jovens atacantes diferem significativamente dos demais t(22,4)=4,80, p=0,008e-2 (bicaudal), efeito de alta intensidade r=0,71. Conclui-se que devem ser utilizadas estratégias que auxiliem os jogadores a monitorarem o nível de estresse durante a competição e que contribuam para que o treinador adapte as estratégias de comunicação de acordo com as necessidades e características dos jogadores.

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