Avaliação, prescrição e recomendações para o exercício físico

Parte de Manual de atividade física adaptada para pessoas com esquizofrenia . páginas 15 - 19

Resumo

De uma forma geral, a prescrição do exercício físico para pessoas com doença mental difere da prescrição utilizada na população em geral. Especificamente, na pessoa com esquizofrenia, o profissional tem que conhecer as caraterísticas da doença (e.g., perda de interesse e motivação; baixa autoestima e autoconceito) e identificar os problemas na saúde física dos participantes.  Assim sendo, a prescrição do exercício físico deve ser antecedida por um conjunto de etapas fundamentais para assegurar o sucesso e a adequação dos exercícios propostos.  Em primeiro lugar, é necessário determinar o nível de aptidão física e perceção subjetiva do esforço do participante.  Apesar dos testes máximos serem considerados os melhores indicadores para avaliar a aptidão cardiorrespiratória, estes não são recomendados nesta população, pois implicam níveis ótimos de motivação para atingir o patamar de quase exaustão. Assim sendo, recomenda-se a utilização de protocolos submáximos para avaliar a aptidão física85. Por outro lado, em participantes com baixos níveis de motivação e falta de energia, a perceção subjetiva do esforço é outro parâmetro importante durante a prescrição do exercício físico. Assim sendo, a Escala de Borg86 é um instrumento simples e fácil de aplicar para controlar a tolerância ao esforço dos participantes, permitindo quantificar o grau de perceção subjetiva durante o esforço físico, evidenciando uma relação linear com a frequência cardíaca durante o exercício progressivo.