Resumo
Nos últimos anos notou-se um aumento significativo no número de fraturas faciais em atividades desportivas. Como o osso nasal está na zona de fragilidade da face, é um dos mais afetados por acidentes desportivos. Uma das soluções para evitar a fratura ou refratura é usar um protetor nasal na prática desportiva. Até o presente momento não existe nenhuma normatização em relação à confecção de protetores nasais para esporte. Além disso, não há estudo sistemático que tenha avaliado o desenho e a combinação de materiais em protetores nasais. A hipótese deste trabalho é que uma proteção eficiente é conseguida com protetores nasais confeccionados com uma lâmina de EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila) flexível de dois milímetros sobreposta por uma lâmina de EVA rígida de um milímetro (chamado aqui de P1). Para verificar esta hipótese foi realizado estudo através de análise em elementos finitos. O EVA flexível é um material hiperelástico, que obedece ao modelo de Ogden, já o EVA rígido obedece ao modelo de Von Mises. Para utilização desses modelos várias constantes precisaram ser determinadas com auxílio de testes mecânicos de compressão. Para o tecido mole (também modelado como Ogden) e osso (modelo elástico linear) foram utilizados parâmetros da literatura. Uma vez determinadas as constantes para os modelos dos materiais envolvidos, foi possível comparar a eficiência do protetor nasal proposto em modelo de geometria mais complexa, representativa da realidade, obtida através de escaneamento e tomografia computadorizada. Para que a resposta virtual em elementos finitos simule a realidade de uma situação de impacto, a análise foi, ainda, não-linear e dinâmica. Os resultados mostraram que a hipótese foi confirmada, o protetor nasal P1 mostrou ser eficiente para a proteção dos ossos nasais.