Avaliação do Risco Cardiovascular de Idosos no Complexo Turístico da Ponta Negra
Por Cíntia Matos de Melo (Autor), Roseane Oliveira do Nascimento (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O processo de envelhecimento está associado ao desenvolvimento de várias
doenças. Dentre estas, os problemas cardiovasculares são a principal causa de
morte da população idosa em nosso país. Tanto a hipertensão arterial e a
inatividade física são condições de alta prevalência na população idosa, com
influência direta sobre a qualidade de vida destes. Assim, identificar associações
entre esses agravos é de interesse para a saúde pública. O objetivo desta pesquisa
foi avaliar o risco cardiovascular dos idosos que freqüentam o complexo turístico
da Ponta Negra de Manaus, verificando sua atual condição física e orientá-los
quanto a importância da prática regular de exercícios físicos. Esta avaliação foi
feita através de preenchimento de um questionário, onde foram coletadas
informações sobre a presença de problemas de saúde ou sintomas indicativos
de problemas cardiovasculares e uso de medicamentos. Além disso, foram
realizadas medidas antropométricas de peso(P), estatura (E), perímetros
abdominal (PerA) e do quadril (PerQ), que foram utilizados para o cálculo do
índice de massa corporal (IMC) e da relação cintura/quadril (RCQ) além da
aferição da pressão arterial. A amostra foi composta por 24 indivíduos, 11
homens(H) e 13 mulheres (M), com média de idade de 66,3±5,2 anos, P
64,4±12,6 kg, E 154,4±8,8 cm, PerA 93,5±23,0 cm; PerQ 96,5±22,6 cm;
IMC 27,6±4,4, PAS 130±17mmHg, PAD 77±17mmHg. Ao analisarmos os
valores encontrados, o IMC coloca o grupo na faixa de sobrepeso. Quando o
grupo é divido pelo gênero (H e M) e consideramos os dados do RCQ, os dois
grupos são classificados na faixa de risco moderado e alto risco para o
desenvolvimento de problemas cardiovasculares, respectivamente. Com relação
ao nível de pressão arterial 15 indivíduos (11H e 4 M) apresentavam valores
alterados e a maioria desconhecia o fato, de modo que foram orientados a
procurar um posto de saúde para uma avaliação mais detalhada. Todos os
voluntários declararam que tomavam alguma medicação regularmente,
entretanto não souberam relatar o nome ou para que tomavam o medicamento.
Quando questionados sobre a prática de exercícios físicos, todos se declararam
sedentários. Os resultados demonstram uma carência de informações desta
população quanto a importância da prática regular do exercício físico na
prevenção e tratamento de problemas de saúde e indicam a necessidade de
profissionais de educação física para orientar e incentivar sua prática em locais
públicos.