Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar as respostas autonômicas e cardiovasculares em pessoas com lesão da medula espinhal (PLME) praticantes de Rugby em Cadeira de Rodas (RCR) em diferentes situações. A amostra foi composta de dez (10) tetraplégicos do sexo masculino com média de idade de 29,6 ± 6,5 anos. As coletas foram realizadas na UNICAMP, com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob-protocolo nº 276/2010. Foram realizadas avaliações antropométricas. A potência aeróbia (PA) foi estimada por um teste máximo de quadra com duração de 12 minutos. A Pressão arterial (PAS) verificada pelo método auscultatório e o registro da variabilidade da PAS (VPAS) através do equipamento Finometer® (Finapress©). Avaliações da VFC foram realizadas com os sujeitos sentados nas cadeiras próprias (repouso, estresse mental e exercício). O Stroop Test foi utilizado como teste de estresse mental (TEM). Para o registro de informações da VFC foi usado o frequencímetro modelo RS800CX-POLAR© e posteriormente foi utilizado o software da Polar© para análise dos dados. Os dados foram apresentados em média±desvio padrão. Para análise estatística foi utilizado o software INSTAT®. Valores de p<0,05 foram considerados significativos para diferenças entre situações de avaliação. O tempo de lesão medular foi de 7,5 ± 4,1 anos. Quanto à massa corporal e estatura dos sujeitos, foi verificada média de 64,5 ± 6,2 kg e 1,75 ± 0,09 m. O índice de massa corporal foi de 21 ± 1,4 kg/m2. Já o percentual de gordura (DXA) foi de 21± 5,4%. O valor médio da distância percorrida no teste de 12 min, para a estimativa da PA foi de 1579,5 ± 439,1 m. O valor médio para a PA estimada correspondeu a 18,03 ± 8,1 ml/kg/min-1. Valores de FC e PAS foram significativamente maiores ao final do teste de 12 min quando comparados aos valores de repouso e recuperação. Resultados de FC ao longo do teste de estresse mental revelaram-se maiores que os valores de FC iniciais do registro. A PAS não apresentou diferenças entre as avaliações de repouso e estresse mental, assim como os valores de VFC não apresentaram diferenças significativas nestas situações. Valores do balanço autonômico da VFC também não apresentaram diferenças quando comparado valores iniciais e no teste de estresse mental (BF, AF e BF/AF). Já em exercício a VFC apresentou diferenças, assim como os valores de BF, AF e BF/AF quando comparado aos valores pré e pós exercício. A VPAS apresentou-se reduzida pós exercício físico, assim como a PASist e o índice de BF quando comparados aos valores pré exercício físico. Estes resultados indicam que a amostra estudada apresenta potência aeróbia dentro da normalidade para esta população. O % de gordura foi menor do que outros estudos com tetraplégicos. Ocorreram alterações durante o exercício físico nos componentes da VFC e VPAS semelhantes aos de outros estudos com tetraplégicos - (repouso x TEM x pós exercício físico). Há indícios de menores prejuízos neste grupo estudado em relação aos danos no controle autonômico da circulação, provavelmente por esta amostra participar de programa de treinamento físico.

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